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上訴案608/2014號
上訴人:A




澳門特別行政區中級法院判決書

在初級法院的刑事訴訟卷宗第CR3-13-0277-PCC號案中,上訴人A觸犯二項「使用偽造文件罪」,每項分別被判處九個月實際徒刑,及觸犯一項「非法再入境罪」,被判處四個月徒刑;上述三罪並罰,被判處一年三個月實際徒刑的單一刑罰,及支付被害人人民幣953,600財產賠償。
判決已生效,現正在服刑,並且已於2014年7月5日服滿了2/3期。
刑事起訴法庭為此繕立了第PLC-123-14-1-A號假釋案。在此案中,尊敬的刑事起訴法官於2014年8月7日作出批示,決定不給予上訴人假釋。

對此,上訴人A表示不服,向本院提起上訴,並且提出了以下的上訴理由:
1. 尊敬的初級法院刑事起訴法庭第二庭就卷宗編號PLC-020-06-1-A作出之批示中,“否決被判刑人A的假釋申請”。
2. 上訴人已符合《刑法典》第56條規定假釋制度的形式要件。
3. 被上訴的批示中,主要以無法確定上訴人一旦提早獲釋是否具備足夠能力採取負責任的方式生活,以及上訴人的提前釋放仍可能引起的社會效果及公眾的心理承受程度而否決上訴人之假釋。
4. 澳門監獄社工及代處長均對上訴人是次假釋聲請持贊同意見(載於卷宗第8至第14頁)。
5. 相關澳門監獄的職員所作成報告,均是他們經過與上訴人多年來日夕相處下,以中立、無私的角度在考慮過上訴人與社會大眾間權益之平衡而作出。
6. 考慮到澳門監獄相關職員均支持上訴人的假釋申請,認為法院應毫無疑問地肯定上訴人在經歷了一年多之牢獄生涯後,人格已出現重大之正面改變,同時亦可推斷上訴人出獄後會以負責任的方式生活及不再犯罪。
7. 而上訴人亦為著儘快地與其家人共同生活,且希望能作為兒子的責任養育父母(尤其是照顧行動不便年近七十的父親),並且希望能給予家庭一個完整性,故上訴人亦為此積極改過自新,及為其重返社會作好準備。(載於卷宗第15頁)
8. 所以從此點亦可推斷出上訴人倘出獄後完全會以負責任的方式生活及不再犯罪。
9. 雖然上訴人所實施的是非法再入境罪及使用偽造文件罪,這會對社會產生負面及嚴重性,而刑罰之目的為達致特別預防及一般預防。
10. 但是,由於上訴人在犯罪的特別預防方面所表現的有利因素,所以必須在犯罪預防的兩個方面取得一個平衡點。
11. 在犯罪預防方面不能過於側重要求一般預防的作用,而忽視了特別預防的作用。
12. 否則使人產生“非法再入境罪及使用偽造文件罪不能假釋”,的錯誤觀念,這也不符合刑法所要追求的刑罰的目的。
13. 當滿足了特別預防的效果,同時亦符合假釋的前提時,已沒有必要繼續執行徒刑的需要。
14. 更重要的事,上訴人在獄中表現良好,人格演變有很大的進步,所以假若將上訴人提早釋放,不會對維護法律秩序和影響社會安寧造成威脅而使公罪在心理上無法承受以及對社會秩序產生一種衡擊等負面因素,更不會使大眾市民對法律的制裁失去信心。
15. 但被上訴的批示並綜合上訴人在服刑過程中的表現,反而因著無法確定上訴人一旦提早獲釋是否具備足夠能力採取負責任的方式生活,以及上訴人的提前釋放仍可能引起的社會效果及公眾的心理承受程度而否決上訴人之假釋。
16. 因此,上訴的批示違反了《刑法典》第56條第1款之規定。故患有《刑事訴訟法典》第400條第1款規定之“理解法律錯誤而出現之瑕疵”。
17. 故上訴人認為,根據上述事實與相關法律配合之下,應宣告撤銷被上訴的批示,並判處上訴人即時可獲得假釋。咽
請求
基於上述的事實及法律規定下,在此懇請尊敬的法官閣下:
1) 接納本上訴;
2) 因著被上訴的批示違反了《刑法典》第56條第1款之規定;故存在《刑事訴訟法典》第400條第1款規定之“理解法律錯誤而出現之瑕疵”,因此宣告撤銷被上訴的批示;
3) 根據《刑法典》第56條的規定,判處給予上訴人假釋的優惠。

檢察院對上訴作出了反駁,提出了以下的理由:
1. 上訴人認為其符合《澳門刑法典》第56條所規定的假釋之實質要件。
2. 是否符合《澳門刑法典》第56條所規定的假釋之實質要件須從囚犯的整體情況加以分析和判斷,包括考慮該囚犯所犯之罪的情節、以往之生活及人格等。當基於整體之事實基礎可判斷囚犯能以對社會負責的方式生活而不再犯罪,且透過假釋將其提前釋放不影響法律秩序及社會安寧時,方應批准假釋。
3. 假釋還須顧及徒刑在特別和一般預防所發揮的應有作用。
4. 就是次個案而言,特別預防方面,依卷宗所載資料,該囚犯並非初犯,本次入獄前曾因行使假證而被判刑,且長期有賭博陋習。目前不能確信囚犯是否真心悔悟及倘獲假釋後是否具備條件以負責任的方式融入社會,不再實施不法行為。
5. 一般預防方面,該囚犯所實施之非法移民方面的犯罪是常見的犯罪,嚴重影響社會治安與秩序。故此,現階段批准該囚犯假釋,除了不利於維護法律秩序和社會安寧,相反可能向社會發出錯誤信息,無助於堅定他人對本特區法制的信心。
6. 在本案中,法官引用及分析了卷宗所載之書面資料,包括有關之合議庭裁決及上訴人重返社會之前景評估等,也考慮到了上述假釋須顧及之徒刑在特別和一般預防所發揮的應有作用,因而符合邏輯地裁決上訴人並不符合假釋之實質要件。
7. 因此,在本假釋程序中法官之裁決並不存在任何瑕疵,而上訴人提出之上訴理由明顯不成立,應依據《澳門刑事訴訟法典》第410條第1款之規定予以駁回,維持法官閣下所作之否決假釋之裁決。

在本上訴審程序中,尊敬的助理檢察長閣下提交了法律意見,也認為上訴理由不成立。1
本院接受A提起的上訴後,組成合議庭,對上訴進行審理。各助審法官審閱了案卷,並召開了評議會,經表決,合議庭作出了以下的判決:

一、事實方面
本院認為,案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
- 在初級法院的刑事訴訟卷宗第CR3-13-0277-PCC號案中,上訴人A觸犯一項「非法再入境罪」,被判處四個月徒刑;及觸犯二項「使用偽造文件罪」,每項分別被判處九個月實際徒刑;上述三罪並罰,判處一年三個月實際徒刑之單一刑罰,及支付被害人人民幣953,600財產賠償。
- 上訴人將於2014年12月5日服完全部徒刑,並且已於2014年7月5日服滿了2/3刑期。
- 監獄方面於2014年7月30日向刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書(其內容在此視為全部轉錄)。
- 上訴人A同意接受假釋。
- 刑事起訴法庭於2014年8月7日的批示,否決了對A的假釋。

二、法律方面
上訴人認為已經符合假釋的條件,否決假釋的決定違反了刑法典第56條的規定。
讓我們分析這些上訴理由。
我們知道,《刑法典》所規定的假釋制度是基於1886年《刑法典》所沿襲的十九世紀中期從歐洲發展起來的刑事法律制度。2 它體現了實現刑罰的目的重要內容和組成部分,尤其是在預防犯罪方面的功能起到積極作用。今天的假釋制度亦從單純考慮特別預防發展到具有綜合特別及一般預防的要求的相對完整的制度。
《刑法典》第56條規定:
“一.當服刑已達三分之二且至少已滿六個月時,如符合下列要件,法院須給予被判徒刑者假釋:
a) 經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及
b) 釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。
二.假釋之期間相等於徒刑之剩餘未服時間,但絕對不得超逾五年。
三.實行假釋須經被判刑者同意。”
從這個規定看,是否批准假釋,除了要符合形式上的條件(服刑已達三分之二且至少已滿六個月)以外,集中在要符合特別及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件上。
在特別的預防方面,要求法院綜合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則是集中在維護社會法律秩序的要求上,即是,綜合所有的因素可以讓我們得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。”3
那麼,我們看看。
上訴人為初犯,上訴人入獄後,對自己的行為作出了反省,在獄中喜歡做運動及閱讀。在獄內屬信任類囚犯;上訴人在服刑的十個月的期間沒有任何違反監獄紀律的行為,行為表現被評定為“良”。
縱觀卷宗,我們可以看到,雖然上訴人有賭博的習慣,但是被判處的罪名也沒有跟賭博聯係在一起,或者因為賭博而實施,其被判處的罪名沒有可能因賭博問題提高對犯罪一般預防的要求,然而,從上訴人的犯罪記錄來看,上訴人曾經被判處使用及持有偽造證件罪,雖被判處緩刑並已經因期間已過而消滅,但上訴人再次觸犯同一罪行,除了令前一判處的刑罰時對上訴人的不再犯罪的期望破滅外,在本案中所顯示的對犯罪的特別預防的更高要求,並毫無疑問地顯示出對上訴人的提前釋放會對社會、法律秩序帶來另外一次嚴重的衝擊。
雖然,根據上訴人的獄中的積極表現,以及已經受到被判刑的應有懲罰,顯示了某種積極的因素,但是基於上述的負面因素,上訴人尚未滿足假釋的條件,這就決定了法院還不能作出假釋的決定。
因此,我們認為上訴人的上訴理由不成立,而否決假釋的決定應予以維持。

三、決定
綜上所述,本合議庭決定判處A的上訴理由不成立,維持原審法院的決定。
上訴人支付本案訴訟費用,以及三個計算單位的司法費。
確定委任辯護人的代理費1500澳門元,由上訴人支付。
澳門特別行政區,2014年10月9日

蔡武彬
司徒民正
陳廣勝
1 其葡文內容如下:
  Entendemos que não deve ser reconhecida razão ao recorrente A, por não estarem preenchidos os pressupostos da aplicação da liberdade condicional.
  Por força do art.º 56 n.º 1 do Código Penal de Macau, a concessão da liberdade condicional depende da co-existência de pressupostos de natureza formal e material.
  É considerado como pressuposto formal da concessão da liberdade condicional, que o condenado tenha já cumprido dois terços da pena de prisão e no mínimo seis meses. Já o pressuposto material abarca a ponderação global da situação do condenado à vista da necessidade da prevenção geral e prevenção especial, sendo a pena de prisão objecto de aplicação da liberdade condicional quando resultar um juízo de prognose favorável ao condenado em termos da aceitável reintegração do agente na sociedade e da defesa da ordem jurídica e da paz social.
  Neste sentido, a aplicação da liberdade condicional nunca é feita pela lei com carácter automático, ou seja, não é obrigatório aplicá-la mesmo estando preenchido o pressuposto formal, tendo de mostrar-se satisfeito o pressuposto material.
  Apesar de o recorrente satisfazer em absoluto o pressuposto de natureza formal, tendo já cumprido dois terços da pena de prisão e no mínimo seis meses, não vemos uma conclusão paralela em relação ao pressuposto material previsto no artº 56 n.º 1 alíneas a) e b) do C.P.M.. Duvidamos assim da possibilidade incompatibilidade da ordem jurídica com a concessão da liberdade antecipada.
  In casu, face ao comportamento e à vida prisional do recorrente, não lhe foi merecido parecer favorável pelo Direito do E.P.M., por ter em conta o seu modo de vida anterior que revela de jogos nos casinos. E não podemos deixar de ter, ainda, em consideração que o recorrente não participou em quaisquer actividades no E.P.M., gorando-se, de certa forma, o papel ressocializador que o E.P.M. deve desempenhar, na vertente da prevenção especial da pena.
  Por outro lado, a natureza e gravidade dos actos criminais cometidos são sempre partes dos elementos de consideração que o Tribunal a quo tem de curar, quer na fase de julgamento, quer na decisão da aplicação da liberdade condicional.
  Analisados os autos, o recorrente não é primário, tendo uma condenação anterior em pena suspensa, sendo que, cometeu novamente o crime de uso de documento falso, para além do crime de reentrada ilegal, sendo não residente de Macau, e perturbou a ordem jurídica e a paz social desta R.A.E.M..
  In casu, tendo em consideração a realidade social de Macau e a exigência da prevenção geral quanto ao tipo de crime praticado pelos imigrantes ilegais como o recorrente, bem com a influência negativa que a liberdade antecipada do recorrente viria trazer para a comunidade, nomeadamente, o prejuízo da expectativa da eficiência das leis, temos de afirmar que a concessão da liberdade condicional seria, muito provavelmente, incompatível com a ordem jurídica e a paz social, nos termos do disposto n.º 56 n.º 1 do C.P.M..
  Pelo exposto, concordando com a digna resposta do M.P. à motivação do recurso, não enxergamos qualquer conclusão favorável ao recorrente para lhe conceder a liberdade condicional, por não se entender que as condições em que a recorrente se encontra ecoem no disposto n.º art.º 56 n.º 1 alíneas a) e b) do C.P.M..
  Concluindo, entendemos que deve ser rejeitado o recurso interposto por improcedente.
2 Jorge de Figueiredo Dias, Direito Penal Português, as consequências jurídicas do crime, 1993, p. 531;
參見馬克昌主編《刑罰通論》,武漢出版社,2000年,第636-638頁。
3 In Direito Penal Português, As Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
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TSI-608/2014 P.9