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編號:第646/2012號 (刑事上訴案)
上訴人:A
日期:2012年7月26日

主 題:假釋

摘 要

上訴人但為了牟取不法利益而從事販毒活動。販毒罪屬本澳常見的犯罪類型,情節嚴重,以及有關罪行對社會安寧及法律秩序造成十分嚴重的負面影響。

考慮上訴人的過往表現,上訴人在服刑期間行為一般,雖然近年在主觀意識方面的演變情況顯示有利的徵兆,但這並不能當然地等同於上訴人假釋出獄後不會對社會安寧及法律秩序造成危害。因為在公眾心理上仍未能接受上訴人被提前釋放時便作出假釋決定將是對公眾的另一次傷害。

裁判書製作人

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譚曉華


合議庭裁判書



編號:第646/2012號 (刑事上訴案)
上訴人:A
日期:2012年7月26日


一、 案情敘述

初級法院刑事起訴法庭在PLC-106-06-1º-A卷宗內審理了上訴人的假釋個案,於2012年6月7日作出裁決,不批准上訴人的假釋。

上訴人不服,向本院提起上訴,並提出了以下的上訴理由(結論部分):
1. 上訴人因觸犯一項第5/91/M號法律第8條第1款及第10條g)項所規定及處罰的販毒罪,被判處十年六個月15日之實際徒刑及罰金澳門幣10,000元,刑期將於2015年1月5日屆滿,且上訴人現已服刑八年多,已超過三分之二的刑期。
2. 在監獄生活中,上訴人已接受徒刑的教化,學習了積極的態度,盡力改變成為對社會負責任的人。
3. 上訴人已決心成為對社會負責任的人,及從其行為可得知已達到刑罰之目的。
4. 上訴人已安排出獄後與家人同住、照顧家人及從事裝修工作。
5. 上訴人獲判刑十年六個月15日的實際徒刑時已考慮上訴人將來作假釋的申請及將來重返社會。
6. 上訴人的刑期亦於2015年的1月5日屆滿,即是如上訴人獲假釋後,該期間亦不足3年。
7. 《刑法典》第56條及隨後有關假釋之條文亦未有列明上訴人觸犯的販毒罪不得獲得假釋。
8. 而且,釋放上訴人亦未會影響社會安寧,且可為上訴人訂定假釋的條件。
9. 上訴人於澳門初級法院刑事起訴法庭否決之假釋申請的裁判違反《刑法典》第56條第1款a)及b)項的規定,且依據上指之理由對實質要件重新作出適當的考慮。
綜上所述,按照有關依據及法律規定
懇請尊敬的中級法院法官 閣下判處上訴人所提起之上訴理由成立,廢止被上訴的刑事起訴法庭否決給予假釋之裁判,並給予上訴人假釋(倘認為適宜,同時命令科予其必須遵守某些義務),亦批准免除上訴人繳付全部訴訟費用及辯護人費用。
最後,請求中級法院一如既往地作出公正的裁決。

   檢察院對上訴作出了答覆,並提出下列理據:
1. Esta é a segunda vez que á apreciada a concessão da liberdade condicional ao recluso, sendo, igualmente, a segunda vez que o mesmo recorre da decisão que lhe negou a sua concessão.
2. Em termos do trajecto e evolução do recluso, durante o cumprimento de pena, nada de relevante nos merece ser apontado, tanto em termos positivos como em termos negativos.
3. A folhas 240 e 240 verso exarou, o Ministério Público, pela segunda vez, o seu parecer, desfavorável à concessão da liberdade condicional ao recorrente.
4. Tendo em consideração todos os elementos dos autos após uma análise atenta do articulado pelo Recorrente, temos para dizer que:
Esteve bem o MM. Juiz do Tribunal “a quo” quando decidiu negar a concessão da liberdade condicional ao Recorrente porquanto:
Atento o disposto no no.1 do Artº. 56º do C.P.M., o MM. Juiz considerou não se mostrarem verificados alguns dos seus requisitos, decidindo negar-lhe a concessão da liberdade condicional, por o Tribunal não ter a certeza de que uma vez em liberdade este irá conduzir a sua vida de modo socialmente responsável, sem voltar a cometer crimes, não se revelando a libertação compatível com a defesa da ordem jurídica e da paz social.
5. O Recorrente é primário tendo sido condenado pela prática dos crimes de, tráfico e detenção para consumo de estupefacientes.
6. E, na mesma linha de entendimento que temos vindo a defender, o Recorrente cometeu crimes de elevada gravidade, entendidos como verdadeiros flagelos que as sociedades contemporâneas enfrentam, havendo, nesta perspectiva, que acautelar a ordem jurídica e a paz social.
7. Por outro lado, sob pena de nos repetirmos, parece-nos que a finalidade da prevenção especial da pena, não se mostra, ainda, plenamente atingida, já que há dúvidas de relevo quanto a uma evolução positiva da sua personalidade, mostrando-se, igualmente ferida a medida de um juízo de prognose favorável à libertação antecipada do recluso.
8. O Recorrente no decurso da execução da prisão teve comportamento prisional inadequado, desenvolveu actividades laborais e cívicas e parece ter interiorizado o sentido da pena, não revelando, contudo, repetimos, uma evolução realmente positiva no que toca à sua personalidade e comportamento, factos que foram já tidos em consideração quando emitimos o osso parecer.
9. Por tudo o exposto, devidamente ponderadas as circunstâncias do caso e a gravidade dos crimes cometidos, continuamos a manter a nossa posição de que a libertação condicional do recorrente, se revela incompatível com a defesa da ordem jurídica e da paz social.
10. Assim, entendemos não ter havido violação de quaisquer preceitos legais ou pressupostos processuais, designadamente, ao disposto no Art. 56º, do C.P.M, nem tão pouco pode ser imputada à decisão recorrida qualquer vício de erro de direito ou o de insuficiência para a decisão da matéria de facto provada.
11. O MM. Juiz “a quo” formou, mais uma vez, juízo de convicção, correcto quanto a nós, e decidiu negar a concessão da liberdade condicional ao Recorrente, tendo o recluso sido notificado da decisão como prescreve o nº3 do citado Artº469º.
12. É manifesto que o Recorrente, na sua motivação, faz uma interpretação algo simplista, dos elementos colhidos para os autos.
Em conclusão:
não foram violados quaisquer preceitos do Artigo 56º do C.P.M., nem à decisão recorrida podem ser imputados quaisquer vícios;
pelo que, negando-se provimento ao recurso e confirmando-se a decisão recorrida, se fará JUSTIÇA.

案件卷宗移送本院後,駐本審級的檢察院代表作出檢閱及提交法律意見,同意檢察院司法官在其對上訴理由闡述的答覆中提出的觀點和論據,認為上訴人現階段尚未具備法定批准假釋的前提,所以上訴理由不成立,應作出維持否決假釋申請的決定。

本院接受上訴人提起的上訴後,組成合議庭,對上訴進行審理,各助審法官檢閱了卷宗,並作出了評議及表決。


二、事實方面

案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
1. 於2006年3月30日,在初級法院合議庭普通訴訟程序第CR3-04-0152-PCC號卷宗的判刑,上訴人因觸犯一項第5/91/M號法令第8條第1款及第10條g)項所規定及處罰的不法販賣麻醉品及精神藥物罪(販毒罪),被判處10年6個月15日徒刑及罰金澳門幣10,000圓,若不繳交,則易為66日徒刑。上訴人不服判決,向中級法院及終審法院提出上訴,中級法院及終審法院分別於2006年6月22日及2006年11月8日駁回上訴。
2. 上訴人在2004年4月觸犯上述罪行。
3. 上訴人於2004年4月16日被拘留,並翌日開始被羈押,倘繳罰金,刑罰將於2014年10月31日服滿所有刑期;倘不繳罰金,刑罰將於2015年1月5日服滿所有刑期。
4. 上訴人已於2011年6月9日服滿刑期的三份之二。
5. 上訴人於2011年6月7日被否決首次假釋申請;中級法院於2011年9月22日駁回上訴。
6. 上訴人已服滿可再次考慮給予假釋所取決的刑期。
7. 上訴人已繳交部份訴訟費,但未繳付有關罰金。
8. 上訴人是首次入獄,在本次判刑前,上訴人沒有其他犯罪紀錄。
9. 上訴人在服刑期間,曾參與獄中舉辦的2010/2011學年之小學回歸教育課程。上訴人沒有參與獄中舉辦的職業培訓。
10. 根據上訴人在監獄的紀錄,上訴人在服刑期間行為表現為一般,屬信任類。上訴人於2004年至2008年間六次因違反監獄紀律而被處分。
11. 家庭方面,上訴人一直與家人保持良好關係,雖然其家人居住國內,但也經常到獄中探望上訴人,給予其很大的精神上的支持和鼓勵。
12. 上訴人表示出獄後將返回內地與家人同住,並計劃出獄後從事裝修的工作。
13. 監獄方面於2012年3月27日向初級法院刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書。
14. 上訴人同意接受假釋。
15. 刑事起訴法庭於2012年6月7日的裁決,不批准上訴人的假釋,理由為“在本案中,經分析卷宗所載資料,囚犯已服刑期的三分之二,亦超過了六個月,毫無疑問具備了獲得假釋的形式要件。
在特別預防方面,囚犯是首次入獄,屬信任類,在入獄後的首四年間共六次因違反監獄紀律而被處分,服刑期間行為總評為“一般”,其未繳付任何罰金及部份訴訟費用,曾參與獄中舉辦的回歸教育課程,但無參與獄中舉辦的職業培訓,家人與囚犯一直保持良好關係。雖然囚犯近幾年沒有再違反獄規,且在第一次假釋被否決之後,依然保持良好表現,這些情況均給予法庭較為正面的訊息,說明其人格朝著正面的方向發展。然而,鑑於囚犯因性質嚴重的販毒罪入獄,在監獄服刑期間又屢次違規,其改進行為仍是近幾年的事,服刑總評依然為“一般”,故此,本法庭認為對其行為及人格的發展仍需稍長時間的觀察和鞏固。
在一般預防方面,鑑於囚犯觸犯的罪行是販毒罪,這類犯罪對社會治安及居民身心財產造成極大損害,而且有年輕化傾向,屢禁不止,由此衍生的其他社會問題亦十分嚴重,因此,如果提前釋放囚犯,將損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望,未能使社會大眾接受被判刑者的嚴重犯罪行為所造成的對法律秩序帶來的極大衝擊及對社會安寧帶來的負面影響。
綜上所述,本法院認為囚犯A仍未符合澳門《刑法典》第56條第1款a)項及b)項所規定的假釋條件,因此,現根據澳門《刑事訴訟法典》第468條的規定,否決囚犯A的假釋聲請,但不妨礙根據澳門《刑事訴訟法典》第469條第1款的規定再次進行假釋程序。通知囚犯及履行澳門《刑事訴訟法典》第468條第4款及第5款的規定。”


三、法律方面

上訴人認為已經符合假釋的條件,提出刑事起訴法庭不批准假釋的裁決違反了《刑法典》第56條第1款的規定。

現就上述上訴理由作出分析。
根據《刑法典》第56條規定,當服刑已達三分之二且至少已滿六個月時,如符合下列要件,法院須給予被判徒刑者假釋:經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。假釋之期間相等於徒刑之剩餘未服時間,但絕對不得超逾五年。實行假釋須經被判刑者同意。
因此,是否批准假釋,首先要符合形式上的條件,即服刑已達三分之二且至少已滿六個月,另外,亦須符合特別預防及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件。
在特別預防方面,法院需綜合罪犯的犯罪情節、以往的生活及人格,再結合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則需考慮維護社會法律秩序的要求,即是,綜合所有的因素可以得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。” [1]

本案中,上訴人在被判刑前是初犯,上訴人在服刑期間行為表現一般,屬信任類,在入獄後的首四年間共六次因違反監獄紀律而被處分。上訴人曾參與獄中舉辦的2010/2011學年之小學回歸教育課程。上訴人沒有參與獄中舉辦的職業培訓。此外,上訴人已繳交部份訴訟費。
上訴人一直與家人保持良好關係,雖然其家人居住國內,但也經常到獄中探望上訴人,給予其很大的精神上的支持和鼓勵。出獄後其將返回內地與家人同住,並計劃出獄後從事裝修的工作,因此,一旦出獄亦有家庭的支援及工作保障。

然而,上訴人但為了牟取不法利益而從事販毒活動。販毒罪屬本澳常見的犯罪類型,情節嚴重,以及有關罪行對社會安寧及法律秩序造成十分嚴重的負面影響;正如助理檢察長在其意見書中指出:“販毒是當今社會較為嚴重的問題,由此產生的其他犯罪及社會問題亦十分嚴重,更加凸顯預防此類犯罪的迫切性。故在假釋的實質要件方面尤其需要考慮上訴人在服刑期間人格方面的演變,而在這方面我們給予的評價是否定的,認為對其行為及人格的發展仍需較長時間的觀察和鞏固。”
因此,對上訴人的提前釋放將損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望。

考慮上訴人的過往表現,上訴人在服刑期間行為一般,雖然近年在主觀意識方面的演變情況顯示有利的徵兆,但這並不能當然地等同於上訴人假釋出獄後不會對社會安寧及法律秩序造成危害。這不單取決於上訴人的主觀因素,更重要的是要考慮這類罪犯的假釋所引起的消極社會效果,假釋決定使公眾在心理上無法承受,以及對社會秩序產生一種衝擊等負面因素。因為在公眾心理上仍未能接受上訴人被提前釋放時便作出假釋決定將是對公眾的另一次傷害。

故此,上訴人仍未具備所有的假釋條件,尤其是《刑法典》第56條第1款b)項所規定的條件,其上訴理由不能成立,而被上訴裁決應予以維持。
四、決定

綜上所述,本合議庭決定判處上訴人A的上訴理由不成立,因而維持原審法院的裁決。
上訴人須負擔本案訴訟費用,並應繳納3個計算單位的司法稅。
訂定辯護人代理費澳門幣800圓,費用先由終審法院院長辦公室墊支。
著令通知,並交予上訴人本裁判書副本。

              2012年7月26日
              
              
              
               ______________________________
              譚曉華 (裁判書製作人)
              
              
              
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              司徒民正 (第一助審法官)
              
              
              
               ______________________________
              陳廣勝 (第二助審法官)
[1] In Direito Penal Português, Ao Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
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646/2012 p.1/12