編號:第848/2014號 (刑事上訴案)
上訴人:A
日期:2015年1月15日
主要法律問題:假釋
摘 要
上訴人是為了牟取不法利益而從事販毒活動。販毒罪屬本澳常見的犯罪類型,情節嚴重,以及有關罪行對社會安寧及法律秩序造成十分嚴重的負面影響,販毒行為在本澳正呈年輕化趨勢,由此產生的社會問題亦十分嚴重。
因此,對上訴人的提前釋放將損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望。
裁判書製作人
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譚曉華
合議庭裁判書
編號:第848/2014號 (刑事上訴案)
上訴人:A
日期:2015年1月15日
一、 案情敘述
初級法院刑事起訴法庭在PLC-059-13-1º-A卷宗內審理了上訴人的假釋個案,於2014年11月5日作出裁決,不批准上訴人的假釋。
上訴人不服,向本院提起上訴,並提出了以下的上訴理由(結論部分):
1. 上訴人所服刑期已經達到刑法典56條所規定的給予假釋的時間,即已經滿足可給予假釋的形式方面的要件;
2. 就上訴人所犯嚴重罪行已被重判,向社會上的人展示了犯罪受罰的結果,繼而抑壓犯罪動機,故已有效達到了阻嚇犯罪的一般預防效果;
3. 就特別預防方面,基於上訴人在服刑期間之積極人格修正、對社會人仕的阻嚇作用及常人均能理解的教訓,可以肯定,提前釋放上訴人將損害社群一般成員對法律有效性的認同和會否影響社會成員恢復因犯罪而對法律規範被動搖的信心;
4. 一如假釋報告及卷宗資料所示,上訴人的人格已取得積極及正面的修正,體現了執行刑罰對上訴人本身的教育功能,從而達到特別預防所謂的使上訴人再社會化的作用,避免上訴人將來再次犯事;
5. 上訴人一旦得以提前釋放,其將獲家庭支緩及即時工作的信心保證;
6. 申言之,特別預防之條件已得已滿足。
7. 倘法官閣下不這樣理解,相信亦很難在其他假釋申請案中得出被判刑人的人格已取得非常積極和足夠的正面改變的結論,因為根本不存在一個法律上或客觀上可循的標準。
8. 此外,被上訴批示中以上訴人所犯罪行之性質及負面影響而推定其提前釋放將影響社會安寧,這種推定與假釋制度及《刑法典》第56條所規定之精神相違背。
9. 法律並沒有排除實施嚴重犯罪活動犯罪份子獲得假釋的可能性。
10. 相反,只要上訴人已服了三分之二徒刑(舊制度為二分之一),應推定其已受到教育且有能力重返社會(見Manuel Lopes Maia Gonçalves ,«CódigoPenal Português»,第六次修訂版(1982年),第259頁),更何況監獄獄長已認為其具備能力重返社會。
綜上所述,上訴人認為其本人已具備獲得假釋的法定條件,刑事起訴法庭法官閣下駁回上訴人假釋申請的批示因違反了刑法典第56條和40條之規定,請求中級法院依法予以撤銷並同時給予上訴人假釋。
檢察院對上訴作出了答覆。1
案件卷宗移送本院後,駐本審級的檢察院代表作出檢閱及提交法律意見,認為應否決上訴人的假釋聲請,維持初級法院的裁決。
本院接受上訴人提起的上訴後,組成合議庭,對上訴進行審理,各助審法官檢閱了卷宗,並作出了評議及表決。
二、事實方面
案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
1. 於2013年3月22日日,在初級法院合議庭普通訴訟程序第CR1-12-0223-PCC號卷宗內,上訴人因觸犯一項「不法販賣麻醉藥品及精神藥物罪」,被判處三年九個月實際徒刑。
2. 上述判決在2013年4月2日轉為確定。
3. 上訴人在2012年5 月5日觸犯上述罪行。
4. 上訴人於2012车5月5日被拘留,並2010年5月7日開始被羈押,刑罰將於2016年2月5日服滿所有刑期。
5. 上訴人已於2014年11月5日服滿刑期的三份之二。
6. 上訴人已繳相關訴訟費用。
7. 上訴人是首次入獄。
8. 上訴人於服刑期間,未有參與任何學習活動。
9. 上訴人已於2013年申請參與工藝職業培訓,現正等待獄方的安排。
10. 根據上訴人在監獄的紀錄,上訴人在服刑期間行為表現為一般,屬信任類。於2014年5月涉及獄內一宗違規事件,該事件仍處調查中。
11. 上訴人未有將入獄的消息告知兒子,期間只有一些朋友前往監獄探望,另其亦會以書信方式與男友聯絡。
12. 上訴人表示出獄後將於內地生活,並表示其男友會對其作出照顧,故其不需為經濟及生活擔心。
13. 監獄方面於2014年9月12日初級法院刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書。
14. 上訴人同意接受假釋。
15. 刑事起訴法庭於2014年11月5裁決,不批准上訴人的假釋,理由為:
“根據澳門《刑法典》第56條第1款的規定,假釋的形式要件是囚犯須服刑達三分之二且至少已服刑六個月,實質要件則是在綜合分析囚犯的整體情況並考慮到犯罪的特別預防和一般預防的需要後,法院在被判刑者回歸社會和假釋對法律秩序及社會安寧的影響兩方面均形成有利於囚犯的判斷。
囚犯的情況已符合上述形式要件。
就實質要件,在特別預防方面,考慮獄方對囚犯在服刑期間之行為總評價僅為“一般”,囚犯於本年5月牽涉獄內一宗違規事件,有關違規事件現仍處調查中。憑此服刑表現,本法庭認為目前案中仍未備有充分的正面資料顯示囚犯已汲取判刑之教訓,因而對其是否已真正悔悟本法庭仍存相當程度之疑問,且結論是尚需時間作進一步觀察。
縱觀囚犯在獄中之表現,考慮到其所實施的犯罪之嚴重性、過往生活與人格方面的演變情況,本法庭認為目前囚犯仍未具備適應誠實生活的能力及意志,因此對其一旦提早獲釋能以負責任的態度在社會安份地生活並不再犯罪方面沒有充足信心。所以,囚犯的情況不符合澳門《刑法典》第56條第1款a項所規定的給予假釋的實質條件。
除上述在特別預防方面的因素外,為決定是否給予假釋,還必須顧及在一般預防犯罪及維護社會與法律秩序方面的考慮,而不單取決於囚犯本人是否已具備重新納入社會的主觀有利因素,更重要的是考慮這類罪犯的假釋所引起的消極社會效果。
就本案囚犯的情況,尤其在一般預防方面,基於其在判刑案中所犯的是販毒罪,按照有關已證事實,本身為香港特區居民的囚犯是有預謀地從內地將毒品販運到本澳,並欲將之交予他人。由此可見,其犯案故意程度相當高,所犯之罪的不法性嚴重,實應予高度譴責。事實上,囚犯所犯之販毒罪對社會的影響相當深遠,由此衍生的其他犯罪及社會問題亦十分嚴重,人們一旦染上毒癮,受害的不單是其本人,而是其家人甚至是整個社會。有跡象顯示此類犯罪近年在本澳愈來愈活躍,甚至有愈來愈年輕化的趨勢,有資料甚至顯示,近年濫藥人士中年齡最少者可為小學生,情況令人擔憂,故預防此類犯罪實急不容緩。須指出,儘管上述負面因素在量刑時已被考慮,但是,在決定假釋時仍必須將之衡量,考究將囚犯提早釋放會否使公眾在心理上產生無法接受之感,會否對社會秩序產生重大衝擊。
考慮到澳門社會的現實情況,提早釋放囚犯將引起相當程度的社會負面效果,妨礙公眾對被觸犯的法律條文之效力所持有的期望,故基於有需要對有關犯罪作一般預防的考慮,本法庭認為,提前釋放囚犯將有礙法律秩序的權威及社會的安寧,因此,不符合澳門《刑法典》第56條第1款b項所規定的給予假釋此一必備實質要件。
綜上所述,並經考慮澳門監獄及檢察院之意見,本法庭認為由於提早釋放囚犯A並不符合澳門《刑法典》第56條第1款a項及b項的規定,故決定否決其假釋申請,但不妨礙根據澳門《刑事訴訟法典》第469條第1款的規定再次展開假釋程序。
執行澳門《刑事訴訟法典》第468條第4款及第5款的規定,將本批示通知囚犯及送交有關副本。
通知有關判刑卷宗。
作出通知及採取必要措施。”
三、法律方面
上訴人認為已經符合假釋的條件,提出刑事起訴法庭不批准假釋的裁決違反了《刑法典》第56條第1款的規定。
現就上述上訴理由作出分析。
根據《刑法典》第56條規定,當服刑已達三分之二且至少已滿六個月時,如符合下列要件,法院須給予被判徒刑者假釋:經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。假釋之期間相等於徒刑之剩餘未服時間,但絕對不得超逾五年。實行假釋須經被判刑者同意。
因此,是否批准假釋,首先要符合形式上的條件,即服刑已達三分之二且至少已滿六個月,另外,亦須符合特別預防及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件。
在特別預防方面,法院需綜合罪犯的犯罪情節、以往的生活及人格,再結合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則需考慮維護社會法律秩序的要求,即是,綜合所有的因素可以得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。” [1]
本案中,上訴人是首次入獄。上訴人在服刑期間行為表現為一般,屬信任類。於2014年5月涉及獄內一宗違規事件,該事件仍處調查中。上訴人於服刑期間,未有參與任何學習活動。另上訴人已於2013年申請參與工藝職業培訓,現正等待獄方的安排。
上訴人已繳交相關訴訟費。
上訴人入獄後未有將入獄的消息告知兒子,期間只有一些朋友前往監獄探望,另其亦會以書信方式與男友聯絡。上訴人表示如獲得假釋,將於內地生活;工作方面,上訴人表示其男友會對其作出照顧,故其不需為經濟及生活擔心。
然而,上訴人是為了牟取不法利益而從事販毒活動。販毒罪屬本澳常見的犯罪類型,情節嚴重,以及有關罪行對社會安寧及法律秩序造成十分嚴重的負面影響,販毒行為在本澳正呈年輕化趨勢,由此產生的社會問題亦十分嚴重。
因此,對上訴人的提前釋放將損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望。
在服刑期間,上訴人沒有嚴重違反獄中紀律,於2014年5月涉及獄內一宗違規事件,該事件仍處調查中。雖然上訴人近年的表現有所改善,但獄方對其行為的總評價仍為“一般”,僅憑上訴人在服刑期間的改變並不足以使法院就上訴人提前獲釋後能否誠實生活不再犯罪作出有利的判斷。
考慮上訴人的過往表現,尤其是上訴人在服刑期間的行為未能顯示上訴人的人格在其服刑期間的演變已足夠良好以至可合理期待其提前獲釋後不會再次犯罪。
故此,上訴人仍未具備所有的假釋條件,尤其是《刑法典》第56條第1款a)項及b)項所規定的條件。
四、決定
綜上所述,本合議庭決定判處上訴人A的上訴理由不成立,因而維持原審法院的裁決。
上訴人須負擔本案訴訟費用,並應繳納3個計算單位的司法稅。
訂定辯護人代理費澳門幣1,000圓。
著令通知。
2015年1月15日
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譚曉華 (裁判書製作人)
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蔡武彬 (第一助審法官)
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司徒民正 (第二助審法官)
1其葡文內容如下:
1. O trajecto e evolução da reclusa, durante o cumprimento de pena, em termos de comportamento personalidade e orientação da suá vida, mostram-se reportados nos autos através dos pareceres dos, Director do E.P.M. e Técnico de Reinserção social.
2. Do parecer do Director do E.P.M. consta que, a Recorrente, manteve comportamento regular, mas tem pendente inquérito por infraccão disciplinar, não tendo participado em actividades, com perspectivas favoráveis de reinserção social e que o seu modo de vida anterior não revela hábitos marginais, mas com hábitos de jogo. concluindo com um parecer favorável.
3. Do parecer do técnico de reinserção social, de todos os elementos dele constantes, poderemos aferir que a Recorrente, manifestou arrependimento e que a mesmo tem a determinação de corrigir-se para o bem.
4. A folhas 38 e 38 verso. exarou, o Ministério Público, o seu parecer, desfavorável à concessão da liberdade condicional à recorrente.
5. Quanto a nós, esteve bem o MM. Juiz do Tribunal “a quo” quando decidiu negar a concessão da liberdade condicional à Recorrente porquanto, atento o disposto no no.1 do Are. 56º do C.P.M., cujos princípios a Recorrente considera terem sido violados, o MM. Juiz considerou não se mostrarem verificados alguns dos seus requisitos, decidindo, consequentemente, negar-lhe a concessão da liberdade condicional.
6. A Recorrente é primária tendo sido condenado pela prática do crime de tráfico estupefacientes.
7. A Recorrente cometeu crime de elevada gravidade, sendo de relevar que os crimes relacionados com produtos estupefacientes se vêm assumindo como um dos maiores flagelos que as sociedades contemporâneas enfrentam, sendo nesta perspectiva, de prevenção geral, que haverá que acautelar a ordem jurídica e a paz social.
8. A Recorrente no decurso da execução da prisão teve comportamento prisional isento de reparos, não desenvolveu actividades e parece ter interiorizado o sentido da pena, factos que foram já tidos em consideração quando emitimos o nosso parecer.
9. No caso em apreço, a questão essencial reside em saber se está preenchido o requisito material de a libertação antecipada da reclusa se revelar compatível com a defesa da ordem jurídica e da paz social.
Com este requisito pretende-se preservar a ideia de reafirmação da validade da norma penal violada com a prática do crime, tendo-se em vista a realização do fim da prevenção geral (de integração).
10. Ora, tendo em conta todos os elementos verificados no caso concreto e a realidade social de Macau, temos por certo que é muito grave o crime cometido pela recorrente, para além de perturbador da ordem jurídica e da paz social, isto é, o crime de tráfico de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, como é do conhecimento geral, a criminalidade relacionada com este tipo de actividade ilícita, causa muito sérios problemas sociais, que se constituem em prejuízos e riscos para a saúde pública e perturbação da tranquilidade social, relevando, assim, especiais exigências de prevenção criminal.
11. Assim, reiterando o que deixamos dito no nosso parecer e mantendo a nossa opinião, continuamos a entender que a libertação condicional da recorrente, se revela incompatível com a defesa da ordem jurídica e da paz social.
12. Parece-nos, assim, não ter havido violação de quaisquer preceitos legais ou pressupostos processuais, designadamente, ao disposto no Art. 56º, do C.P.M, nem tão pouco pode ser imputada à decisão recorrida qualquer vício de erro de direi to ou de insuficiência para a decisão da matéria de facto provada.
13. O MM. Juiz “a quo” formou juízo de convicção, correcto quanto a nós, e decidiu negar a concessão da liberdade condicional à Recorrente, tendo a mesma sido notificada da decisão como prescreve o n.3 do citado Art.469º.
Em conclusão:
não foram violados quaisquer preceitos do Artigo 56º do C.P.M., nem à decisão recorrida podem ser imputados quaisquer vícios;
pelo que, negando-se provimento ao recurso e confirmando-se a decisão recorrida, se fará JUSTIÇA.
[1] In Direito Penal Português, Ao Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
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848/2014 p.11/11