上訴案第58/2016號
上訴人:A
澳門特別行政區中級法院判決書
上訴人A在初級法院的刑事訴訟卷宗內,觸犯:
- 嫌犯A作為實行正犯及既遂方式觸犯《澳門刑法典》第128條所規定及處罰的一項殺人罪,判處13年徒刑,以及《澳門刑法典》第262條第1款(參見第77/99/M號法令第1條第1款e)項及第6條第1款b)項所規定及處罰的一項使用禁用武器罪,判處3年3個月徒刑;
- 數罪並罰,合共判處14年6個月之實際徒刑;
- 另外,判處嫌犯向被害人B之合法繼承人支付澳門幣700,000的損害賠償。
判決已生效,現正在服刑,並且已於2014年12月7日服滿了2/3刑期。
刑事起訴法庭為此繕立了第PLC-102-07-1-A號假釋案。在此案中,尊敬的刑事起訴法官於2015年12月7日作出批示,否決上訴人的假釋申請。
對此,上訴人A表示不服,向本院提起上訴,並且提出了以下的上訴理由:
1. 原審法院認為上訴人基於不符合《刑法典》第56條所規定的實質要件,故不批准上訴人的假釋申請。然而,除應有的尊重外,上訴人不能認同原審法院之決定。
2. 本案中,由於上訴人被判處14年6個月的實際徒刑,且其已於2005年4月8日進入澳門監獄服刑,至今其服刑期間已超過六個月及超過三分之二的服刑期。因此,毫無疑問上訴人是符合假釋的形式要件。
3. 根據澳門監獄獄長的意見及社工的假釋報告所顯示,上訴人在服刑期間均循規蹈矩與獄中囚友相處融洽,而且在獄期間上訴人曾參與回歸小學課程的中文及英文班,及多次參加工藝職業培訓,故可見上訴人在獄中積極面對生活,為日後出獄作好應有的準備。
4. 根據社工報告所顯示,上訴人已對其曾作出的犯罪行為深感悔意,且當上訴人回憶起自己因一時衝動而錯手導致受害人死亡,而心感不安及恐懼。
5. 雖然檢察院及原審法院認為上訴人多年來沒有對被害人之家屬作出任何賠償,故對上訴人是否真誠悔悟表示懷疑,但上訴人不予認同。
6. 因為上訴人在入獄前是無業的,之後多年被囚禁獄中,根本沒有機會努力工作,用辛勞所換取的報酬賠償被害人之家屬。
7. 因此,不能因上訴人未有對被害人之家屬作任何賠償而懷疑上訴人對自己曾作出的行為而真誠悔悟。
8. 反之社工是最常接觸上訴人的人,因此其報告的內容明顯是較檢察院及原審法院的懷疑更直接及具說服力。
9. 原審法院在被上訴的批示(第150頁背頁)中表示:“…除了要考慮其在獄中的表現外,亦需要考量其所觸犯的罪行及相關情節,以比較其作出犯罪行為時究的人格及現在的人格,是否已獲得明顯的改善,考慮到其所觸犯的罪行嚴重且屬有預謀進行,足見服刑人在進行有關犯罪行為時故意程度,綜合各方面的考慮,可見服刑人的衝動及不守法的人格仍有待改善”。
10. 上訴人認為被上訴批示是欠缺依據的,因為被上訴批示表示經比較下,仍然認為上訴人仍是衝動及不守法的,但作出有關結論僅是考慮了上訴人犯罪時的人格,並沒有將犯罪時的人格與服刑時的人格相比較,因此被上訴批示表示上訴人的衝動及不守法的人格仍有待改善是沒有依據的。
11. 反之,事實上,上訴人在獄中生活超逾十年,期間行為良好與其他囚犯生活融洽,足可見上訴人的衝動及不守法的性格已有所改善,否則社工及獄長均表示上訴人行為良好及能遵守獄規。
12. 此外,上訴人上一次的假釋申請被駁回後,其已明白多年來自己準備重返社會仍有不足,故他在二零一五年仍不斷地反思自己的不足之處,繼續堅守自己的行為,以證明自己出獄後能堅定守法,故可預見上訴人一旦提早出獄將會以對社會負責的方式繼續與其家人生活,因此原審法院認定上訴人的人格問題沒有轉變是欠缺依據的。
13. 此外,原審法院亦認為上訴人之前所觸犯的犯罪是較為嚴重,未能達到一般預防的要求,所以否決上訴人之假釋申請。
14. 上訴人亦不予認同上述見解, 因為上訴人已經服刑超逾十年,可見從一般人角度均為上訴人所渡過的十年鐵窗生涯經已洗滌上訴人的罪過。
15. 而且上訴人的積極人格演變已抵銷社會成員認為上訴人提早出獄是會影響維護法律秩序及社會的安寧。
16. 另外,法院不能過於要求一般預防之作用而忽略了特別預防的作用,而使人們產生“常見罪行不能假釋”的錯誤印象;同樣地,這也不符合刑法所追求的刑罰的目的。
17. 最後我們必須指出《刑法典》第56條第1款規定之要件只要求“期待”或“顯示”,並非要求實證。在作出是否給予囚犯假釋決定時,法律只要求一種有依據、肯定多於否定之跡象、評估與判斷,而非如作出判決般嚴謹。
18. 而且,假釋制度的設置是考慮刑事政策之需要,在刑罰執行的需要性與有利囚犯重返社會之間起緩衝、權衡的作用。
19. 綜上所述,上訴人認為被上訴批示中審定假釋的實質要件之問題上是欠缺依據的,違反了《刑法典》第56條第1款之規定,故應廢止有關批示,故裁定上訴人理由成立,給予被假釋的機會。
綜上所述,請求尊敬的中級法院各法官 閣下接納本上訴,並裁定所主張之上訴理由成立,廢止原審法庭透過載於題述假釋卷宗第149頁至第151頁之2015年12月7日之否決上訴人假釋申請之批示,並最終裁定給予上訴人假釋。
檢察院對上訴作出了反駁,其理據如下:
1. 根據《刑法典》第56條的規定,除形式要件外,在決定是否給予假釋時,亦必須考慮案件的情節、行為人以往的生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面的演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責的方式生活而不再犯罪屬有依據者,且釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。
2. 上訴人在初級法院普通刑事案編號CR3-05-0231-PCC中因觸犯1項《刑法典》第128條所規定及處罰的殺人罪,以及1項《刑法典》第262條第1款所規定及處罰的使用禁用武器罪,兩罪競合,共被判處14年6個月實際徒刑,其刑期至2019年10月7日屆滿。
3. 上訴人屬初犯,服刑期間行為一直表現良好。
4. 但對於是否給予假釋,亦須考慮案件的情節、上訴人以往的生活及其人格,且須有依據地期待上訴人一旦獲釋,將能以對社會負責的方式生活而不再犯罪,以及顯示釋放上訴人不會影響維護法律秩序及社會安寧。
5. 到目前為止,即使過去幾年有共數萬元的現金分享的收入,其仍然沒有對被害人的家人作出任何賠償。
6. 上訴人拒絕對被害人的家人作出任何賠償的事實,令人懷疑他根本沒有承擔賠償責任的誠意。
7. 對因為他的行為而受害的被害人的家人尚且如此,實難令人相信上訴人已經真的完全悔悟,因此,根本不可能合理地期望他一旦獲釋,將能以對社會負責的方式生活而不再犯罪。
8. 在刑罰的一般預防方面,上訴人觸犯的是最嚴重的暴力犯罪,嚴重影響本澳社會的安全,加上上訴人犯罪時的情節嚴重,提早釋放上訴人將影響市民對政府維持社會秩序及安全的信心,不利於維護法律秩序及社會安寧。
9. 因此,明顯地,被上訴的決定是公正、有依據及合理的。
在本上訴審程序中,尊敬的助理檢察長閣下提交了以下法律意見(全文載於案卷第191-193頁,此處視為全文轉錄)1:
本院接受A提起的上訴後,組成合議庭,對上訴進行審理。各助審法官審閱了案卷,並召開了評議會,經表決,合議庭作出了以下的判決:
一、事實方面
本院認為,案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
- 上訴人A在初級法院的刑事訴訟卷宗內,觸犯:
- 嫌犯A作為實行正犯及既遂方式觸犯《澳門刑法典》第128條所規定及處罰的一項殺人罪,判處13年徒刑,以及《澳門刑法典》第262條第1款(參見第77/99/M號法令第1條第1款e)項及第6條第1款b)項所規定及處罰的一項使用禁用武器罪,判處3年3個月徒刑;
- 數罪並罰,合共判處14年6個月之實際徒刑;
- 另外,判處嫌犯向被害人B之合法繼承人支付澳門幣700,000的損害賠償。
- 上訴人將於2019年10月7日服完全部徒刑,並且已於2014年12月7日服滿了2/3刑期。
- 監獄方面於2015年10月29日向刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書(其內容在此視為全部轉錄)。
- 上訴人A同意接受假釋。
- 上訴人A第二次申請假釋。
- 刑事起訴法庭於2015年12月7日的批示,否決了對A的假釋。
二、法律方面
上訴人認為已經符合假釋的條件,否決假釋的決定違反了刑法典第56條的規定。
讓我們分析這些上訴理由。
我們知道,《刑法典》所規定的假釋制度是基於1886年《刑法典》所沿襲的十九世紀中期從歐洲發展起來的刑事法律制度。2 它體現了實現刑罰的目的重要內容和組成部分,尤其是在預防犯罪方面的功能起到積極作用。今天的假釋制度亦從單純考慮特別預防發展到具有綜合特別及一般預防的要求的相對完整的制度。
《刑法典》第56條規定:
“一.當服刑已達三分之二且至少已滿六個月時,如符合下列要件,法院須給予被判徒刑者假釋:
a) 經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及
b) 釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。
二.假釋之期間相等於徒刑之剩餘未服時間,但絕對不得超逾五年。
三.實行假釋須經被判刑者同意。”
從這個規定看,是否批准假釋,除了要符合形式上的條件(服刑已達三分之二且至少已滿六個月)以外,集中在要符合特別及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件上。
在特別的預防方面,要求法院綜合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則是集中在維護社會法律秩序的要求上,即是,綜合所有的因素可以讓我們得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。”3
那麼,我們看看。
上訴人入獄後,尤其是在第一次的假釋被否定之後,行為表現合作,對自己的行為反思,在獄中並沒有違規記錄,在獄中的行為被評定為“良”,屬信任類。上訴人入獄後曾參與回歸小學課程,工藝職業培訓、清潔職業培訓及參與貨倉職訓。上訴人在獄中閒時喜歡看書及抄寫毛筆字、下棋及參與假釋講座及賭博講座。從其假釋報告的內容來看,上訴人對自己的犯罪行為有些反省,並承諾在提前出獄後誠實做人,這些都為其在犯罪的特別預防方面的累積了積極的因素。
但是,正如我們一直認為的,囚犯的犯罪後的表現,尤其是在服刑期間在主觀意識方面的演變情況顯示出有利的徵兆,亦不是當然地等同於假釋出獄後不會對社會安寧及法律秩序造成危害。這不單取決於其本人的主觀因素,而更重要的是考慮這類罪犯的假釋所引起的消極社會效果,假釋決定使公眾在心理上無法承受以及對社會秩序產生一種衝擊等負面因素。
我們也一直認為,假釋並非被判刑人在服完2/3刑罰之後就自動享有的特權,而是這個被判刑人所侵犯的社會接受其重返並相信其可以誠實做人的一種“恩惠”。
由於上訴人的犯罪對死者以及家屬所造成的不可逆轉的傷害,在足以使公眾的心理承受能力能夠接受對此類犯罪之前,提前釋放只是對社會、法律秩序帶來另外一次嚴重的衝擊,同樣地,在本案中我們也支持原審法院所堅持的這種避免因上訴人的提前釋放而再次對公眾在心理以及對社會秩序產生的難於接受的衝擊理解,這就決定上訴人還不具備所有的假釋條件,尤其是在犯罪的一般預防以及在維護澳門法律秩序方面沒有顯示有利的因素,否決假釋的決定應予以維持,而其上訴理由不能成立。
三、決定
綜上所述,本合議庭一致決定判處A的上訴理由不成立,維持原審法院的決定。
本案訴訟費用由上訴人支付,並應繳納3個計算單位的司法稅。
上訴人還須支付委任辯護人的費用為1500澳門元。
澳門特別行政區,2016年1月28日
蔡武彬
司徒民正
陳廣勝
1 其全文內容如下:
Inconformado com a decisão do indeferimento da concessão da liberdade condicional, exarado pela Mtm. J.I.C., datado de 07/12/2015, o recluso A vem recorrer para o Tribunal da 2ª. Instância, invocando a violação do art.º 56 nº 1 do C.P.M..
Entendemos que, não deve ser reconhecida razão ao recorrente A, por não se vislumbrar violação da norma ora invocada.
Por força do art.º 56 nº 1 do C.P.M., a concessão da liberdade condicional depende da co-existência do pressuposto formal e do pressuposto material.
É considerado como pressuposto formal da concessão da liberdade condicional, que o condenado tenha já cumprido dois terços da pena de prisão e no mínimo de seis meses. Já o pressuposto material abarca a ponderação global da situação do condenado à vista da necessidade da prevenção geral e prevenção especial, sendo a pena de prisão objecto de aplicação da liberdade condicional quando resultar um juízo de prognose favorável ao condenado em termos da aceitável reintegração do agente na sociedade e da defesa da ordem jurídica e da paz social.
Neste sentido, a aplicação da liberdade condicional nunca é feita pela lei com carácter automático, ou seja, não é obrigatório aplicá-la mesmo estando preenchido o pressuposto formal, tendo de mostrar-se satisfeito o pressuposto material.
Permitimo-nos mencionar desde já a condição da concessão de liberdade condicional interpretada pelo ilustre Tribunal Colectivo do T.S.I., encontrando-se recentemente nos Proc.s nºs 418/2013 e 399/2013, ambos de 11/07/2013:
“A liberdade condicional é de conceder caso a caso, dependendo da análise da personalidade do recluso e de um juízo de prognose fortemente indiciador de que o mesmo vai reinserir-se na sociedade e ter uma vida em sintonia com as regras de convivência normal, devendo também constituir matéria de ponderação, a defesa da ordem jurídica e da paz social.”
Em relação de juízo de prognose favorável, o Prof. Jorge de Figueiredo Dias ensinou-nos assim:
“... se ainda aqui deve exigir-se uma certa medida de probabilidade de, no caso da libertação imediata do condenado, estes conduzir a sua vida em liberdade de modo socialmente responsável. Sem cometer crimes, essa medida deve ser a suficiente para emprestar fundamento razoável à expectativa de que o risco da libertação já possa ser comunitariamente suportado.” (Direito Penal Português – As consequências Jurídicas do Crime, 2ª. Reimpressão, Jorge de Figueiredo Dias. §850).
Além do juízo de prognose favorável, o Prof. não deixou de afirmar a obrigação de respeitar exigências de prevenção geral positiva, pois pode “...... o reingresso do condenado no seu meio perturbar gravemente a paz social e pôr assim em causa as expectativas comunitárias na validade da norma violada. Por outro lado, da aceitação do reingresso pela comunidade jurídica dependerá, justamente, a suportabilidade comunitária da assunção do risco da libertação que, como dissemos, é o critério que deve dar a medida exigida de probabilidade de comportamento futuro sem reincidência.” (《Direito Penal Português – As consequências Jurídicas do Crime》, §852).
In casu, formulou um parecer o Sr. Director do Estabelecimento Prisional de prognose social favorável ao recorrente. No entanto, parecer este, não tem a concordância do Tribunal recorrido, tendo em conta a instabilidade do desenvolvimento da personalidade do recorrente que se configura na desconfiança do Tribunal recorrido quanto à reinserção social dentro de um espírito de responsabilidade do recorrente (cfr. fls. 149 a 151).
A ressocialização do condenado não é o único pressuposto material a ter em consideração para efeitos de aplicação do instituto ora em causa.
Pesem no bom comportamento prisional e as perspectivas favoráveis de reinserção social, por razões de prevenção geral, tendo em consideração a gravidade dos crimes de homicídio, e de detenção e uso arma branca, cometidos pelo recorrente e a sua personalidade, pesando ainda, a análise de todos os elementos do caso concreto e a realidade social de Macua, concluímos que até ao momento existem razões para crer que a libertação antecipada do recorrente irá por em causa a confiança da comunidade no sistema jurídico e, consequentemente, provocar impacto social negativo.
Tudo ponderado, é de considerar não estar verificado o requisito previsto na alínea b), do nº 1, do Artº 56º, do C.P.M., não devendo conceder-se a liberdade condicional.
Termos em que deve ser julgado improcedente o presente recurso.
2 Jorge de Figueiredo Dias, Direito Penal Português, as consequências jurídicas do crime, 1993, p. 531;
參見馬克昌主編《刑罰通論》,武漢出版社,2000年,第636-638頁。
3 In Direito Penal Português, Ao Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
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TSI-58/2016 P.10