--- 簡要裁判 (按照經第9/2013號法律修改的<<刑事訴訟法典>>第407條第6款規定) --
--- 日期:17/11/2016 --------------------------------------------------------------------------------------
--- 裁判書製作法官:蔡武彬法官 ---------------------------------------------------------------------
第826/2016號上訴案
上訴人:A
澳門特別行政區中級法院裁判書製作人
簡要判決
上訴人A在初級法院的刑事訴訟卷宗內,以直接正犯身分及在犯罪既遂的情況下觸犯了一項第17/2009號法律第8條第1款所規定及處罰的「販毒罪」,判處五年徒刑;及觸犯了一項同法律第14條所規定及處罰的「吸毒罪」,判處二個月徒刑;以及觸犯了一項同法律第15條所規定及處罰的「持有吸毒工具罪」,判處二個月徒刑;三罪並罰,合共判處五年二個月實際徒刑的單一刑罰。
判決已生效,現正在服刑,將於2018年6月30日服完全部刑罰,並且已於2016年10月10日服滿了2/3刑期。
刑事起訴法庭為此繕立了第PLC-101-14-1-A號假釋案。在此案中,尊敬的刑事起訴法官於2016年10月7日作出批示,否決上訴人的假釋。
對此,上訴人A表示不服,向本院提起上訴,並且提出了以下的上訴理由:
1. 被上訴法庭作出否決給予假釋的裁判(見卷宗第52頁至54頁),其否決的主要理由為被上訴法庭尚需更多時間的觀察,方能令其完全確信上訴人一旦獲得能遠離毒品及不再犯罪;並考慮到澳門社會的現實情況,提早釋放囚犯,將是對信賴法律、循規守紀的社會成員的另一次傷害,同時亦會動搖法律的威懾力,更甚者,將對潛在的犯罪份子釋出錯誤訊息,令澳門成為毒品的集散地。因此,被上訴法庭認為現階段尚未符合《刑法典》第56條第1款b)項的要件。
2. 有關本訴辯書狀第1點所述的前提要件中的第a)、b)、c)及g)已被證實,根據卷宗由社會援助、教育及培訓處所作之假釋報告中提及;上訴人在服刑期間行為表現良好,與其他囚犯相處和睦,在輔導過程中表現積極與合作,沒有任何違規記錄;上訴人亦有參與女工藝房之職業培訓,在培訓過程中願意接受教導,表現配合;上訴人還積極參與監獄舉辦的活動及興趣班,包括公民教育培訓、英文及葡文班、西餐廳侍應生培訓、樹立正確人生觀講座、釋前應對工作坊等等--當中得到美容化妝初級及中級班、房務課程的證書;此外,上訴人亦有參與獄內的基督教宗教活動(見卷宗第9至14頁);
3. 上訴人在牢獄生涯中的時間積極報讀課程及參加活動來充實自己,此外,上訴人亦參與職業培訓,目的是為著將來能更好地適應及融入社會以及有一技之長,由此可見,上訴人是積極向上,自我增值,以祈求假釋後能積極面向社會,重過新的生活;
4. 上訴人的家人對其一直不離不棄,給予其關心和鼓勵,其出獄後的家庭支援網絡穩定(見卷宗第14、第17至22頁);
5. 上訴人對獲釋後的生活安排各方面已有計劃,其指出在出獄後將會回到內地(XX市)與家人一起居住,其亦表示將會到XX有限公司從事旅遊項目的工作,故其不擔心出獄後的生活(見卷宗第13及第23頁),基於此,毫無疑問,上訴人具備重新適應社會的意願及能力;
6. 有關獲釋後被判刑者不影響維護法律秩序及社會安寧,有需要考慮被判刑人在服刑期間的人格轉變及重返社會的能力;
7. 上訴人已知道毒品會對其個人、家庭以至社會帶來具大的傷害,為此上訴人立心改過自身;上訴人對其行為感到非常後悔,其為其所犯下的罪過深感羞恥和愧疚,給家人帶來的傷害而自責,給社會帶來的負面影響深感抱歉,並對其刑責有深刻的反省;上訴人亦已經遠離毒品及不良朋輩(見卷宗第15頁);
8. 事實上,路環監獄的技術員亦看到上訴人在改正自身的過程中付出了很大的努力,可幸亦得到正面的改變,故此技術員在其撰寫的結論及建議中亦建議給予上訴人一個假釋機會,使上訴人可早日重返社會建立新生活(見卷宗第14頁);
9. 並且,澳門監獄的保安及看守處報告亦指出上訴人為信任類,行為良好(見卷宗第8頁);
10. 根據尊敬的檢察官所發表的意見,其亦認為上訴人之行為表現基本符合澳門《刑法典》第56條第1款所規定之假釋前提條件,故建議被上訴法庭批准給予上訴人假釋,以便其改過自新並盡快重返社會(見卷宗第49及其頁);
11. 上訴人服刑至今已有3年5個月之久,有關的服刑時間已足夠讓上訴人可以改過自身,明白到自己錯誤的行為,從而以對社會負責任之方式生活而不再犯罪,故有充分的理由相信,其獲釋後並不會影響維護法律秩序及社會安寧。
12. 故上訴人的行為是完全符合澳門《刑法典》第56條所規定的形式及實質前提。
13. 雖然被上訴法院考慮到澳門社會的現實情況,提早釋放囚犯將引起相當程度的社會負面效果,妨礙公眾對被觸犯的法律條文之效力所持有的期望,故有需要對有關犯罪作一般預防的考慮;
14. 而事實上,除了一般預防外,仍應結合上訴人是否符合特別預防的要求的實質要件,不能單純考慮上訴人不符合一般預防的要件而認定上訴人不具備假釋的條件;
15. 正如中級法院第665/2014號刑事上訴案合議庭裁判書當中指出“必須在犯罪預防的兩個方面取得一個平衡點,法院不能過於要求一般預防的作用而忽視了特別預防的作用,而使人們產生“嚴重罪行不能假釋”的錯誤印象,並且,這也不符合刑法所追求的刑罰的目的”;
16. 同時,同一裁判書當中亦指出“假釋並不是刑罰的終結,它的最有效的作用就是在罪犯完全被釋放之前的一個過渡期讓罪犯能夠更好地適應社會,而完全的融入這個他將再次生活的社會。這種作用往往比讓罪犯完全的服完所判刑罰更為有利”。
17. 更重要的是,上訴人一直以來在獄中的表現良好,人格演變有很大的進步,再加上訴人將穩定的工作及家人的支持,因此,是有理由相信假若提早釋放上訴人,不會對維護法律秩序和影響社會安寧造成威脅而使公眾在心理上無法承受以及對社會秩序產生一種衝擊等負面因素;
18. 另一方面,上訴人倘若獲得假釋則會返回中國大陸居住及工作且不會再進入澳門特別行政區,換言之,其重新在澳門犯罪的可能性並不高,如此已能達置澳門《刑法典》所追求的一般預防及特別預防之目的。
19. 所以,被上訴法庭的決定是欠缺法律及事實依據的,故此,否決上訴人之假釋是違反《刑法典》第56條第一款之規定,被上訴法院應結合上訴人的具體情況依據《刑法典》第56條的規定給予上訴人假釋的機會。
綜上所述,按照有關依據及法律規定懇請尊敬的中級法院 各位法官閣下判處上訴人所提起之上訴理由成立,廢止被上訴的刑事起訴法庭否決給予假釋之裁判,並給予上訴人假釋。
檢察院對上訴作出了回覆,認為由於上訴人在其上訴申請中所提之上訴理由成立,應予以假釋。
在本上訴審程序中,尊敬的助理檢察長閣下提交了法律意見。1
本院接受上訴人提起的上訴後,裁判書製作人在初端批示中認為上訴理由明顯不成立,故運用《刑事訴訟法典》第407條第6款b項規定的權能,對上訴作出簡要的審理和裁判。
一、事實方面
本院認為,案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
- 上訴人A在初級法院的刑事訴訟卷宗內,以直接正犯身分及在犯罪既遂的情況下觸犯了一項第17/2009號法律第8條第1款所規定及處罰之「販毒罪」,判處五年徒刑;及觸犯了一項同法律第14條所規定及處罰之「吸毒罪」,判處二個月徒刑;以及觸犯了一項同法律第15條所規定及處罰之「持有吸毒工具罪」,判處二個月徒刑;三罪並罰,合共判處五年二個月實際徒刑的單一刑罰。
- 判決已生效,現正在服刑,將於2018年6月30日服完全部刑罰,並且已於2016年10月10日服滿了2/3刑期。
- 監獄方面於2016年10月7日向刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書(其內容在此視為全部轉錄)。
- 上訴人A同意接受假釋。
- 刑事起訴法庭於2016年10月7日的批示,否決了對A的假釋。
二、法律方面
上訴人認為已經符合假釋的條件,否決假釋的決定違反了《刑法典》第56條的規定。
從《刑法典》第56條的規定看,是否批准假釋,除了要符合形式上的條件(服刑已達三分之二且至少已滿六個月)以外,集中在要符合特別及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件上。
在特別的預防方面,要求法院綜合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則是集中在維護社會法律秩序的要求上,即是,綜合所有的因素可以讓我們得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。”2
上訴人在獄中自2016年5月5日起參與女工藝房之職業培訓,在培訓過程中願意接受教導,表現配合。閒時喜歡閱讀和做伸展運動。還積極參與公民教育培訓、英文及葡文班、西餐廳待應生培訓、樹立正確人生觀講座、假釋講座、釋前應對工作坊、及基督教宗教活動等等。當中亦得到美容化妝初級班及中級班、房務課程的證書。從其獄中的表現來看,上訴人在獄中並沒有違規記錄,行為總評價為“良”,屬“信任類”。
上訴人從3年半的牢獄生活受到的深刻的教訓,對自己的行為深感悔恨,尤其是在這期間對年事已高的父母不能盡孝感到無比懊悔,並決心誠實做人,也對將來的生活作出了規劃。從這些我們可以得出上訴人在犯罪的特別預防方面已經為重返社會做好了必要的準備的結論。
然而,正如我們一直認為,囚犯的犯罪後的表現,尤其是在服刑期間在主觀意識方面的演變情況顯示出有利的徵兆,亦不是當然地等同於假釋出獄後不會對社會安寧及法律秩序造成危害。這不單取決於其本人的主觀因素,而更重要的是考慮這類罪犯的假釋所引起的消極社會效果,假釋決定使公眾在心理上無法承受以及對社會秩序產生一種衝擊等負面因素。
販毒罪是對全人類的犯罪
我們知道,販毒罪是對人類的身體、身心的健康的最嚴重的危害,它對這個社會的帶來的危害遠遠不只毒品本身給人們本身的身體和身心的健康帶來的危害,對受毒品侵害的個體的家庭、職業、鄰里以及所在的社區的危害,這個社區的公權力所採取的所有應對措施,包括對吸毒者的懲戒機制以及對販毒罪行的撲滅和預防所要花費的代價之沈重,並非一個毒販子一個人可以承擔的。
澳門,一個彈丸之地,它的與世界的連結的方便和緊密性使其頻繁成為毒販子的中轉中心,已經在毒害面前不能獨善其身。也就是說,任何所持的對犯罪的預防單純考慮澳門本身或者限於這個社區的小範圍的主張已經不能真正反映我們的刑法所倡導的刑罰的目的了。
因此,我們完全同意原審法院在犯罪的一般預防方面所得出的結論,除了從上訴人所犯罪的嚴重性來看,還從澳門這個依賴旅遊業的國際性城市來看,在一般犯罪預防方面就有著更高、更嚴格的要求,也就是說,對像上訴人那樣以旅客身份來澳實施此類販毒行為這個最嚴重之一的犯罪,在足以使公眾的心理承受能力能夠接受此類犯罪之前,提前釋放肯定是對社會、法律秩序帶來另外一次嚴重的衝擊。
這就決定了法院還不能作出假釋的決定。
因此,我們認為上訴人明顯還不具備所有的假釋條件,其上訴理由也明顯不能成立,應該予以駁回。
三、決定
綜上所述,本裁判書製作人決定基於A的上訴理由明顯不成立駁回上訴。
本案訴訟費用由上訴人支付,並應繳納3個計算單位的司法稅以及《刑事訴訟法典》第410條第3款所規定的相同計算單位的懲罰性金額。
上訴人還須支付委任辯護人的費用為1500澳門元。
澳門特別行政區,2016年11月17日
1 其葡文內容如下:
Inconformado com a decisão do indeferimento da concessão da liberdade condicional, exarado pela Mtmª. J.I.C., datado de 07/10/2016, a reclusa A vem recorrer para o Tribunal da 2ª. Instância, invocando a violação do art.º 56 do C.P.M..
Entendemos que não deve ser reconhecida razão à recorrente A, por não estarem preenchidos os pressupostos da aplicação da liberdade condicional.
Por força do art.º 56 nº 1 do C.P.M., a concessão da liberdade condicional depende da co-existência do pressuposto formal e do pressuposto material.
É considerado como pressuposto formal da concessão da liberdade condicional, que o condenado tenha já cumprido dois terços da pena de prisão e no mínimo de seis meses. Já o pressuposto material abarca a ponderação global da situação do condenado à vista da necessidade da prevenção geral e prevenção especial, sendo a pena de prisão objecto de aplicação da liberdade condicional quando resultar um juízo de prognose favorável ao condenado em termos da aceitável reintegração do agente na sociedade e da defesa da ordem jurídica e da paz social.
Neste sentido, o aplicação da liberdade condicional nunca é feita pela lei com carácter automático, ou seja, não é obrigatório aplicá-la mesmo estando preenchido o pressuposto formal, tendo de mostrar-se satisfeito o pressuposto material.
In casu, formulou um parecer o Sr. Director do Estabelecimento Prisional de prognose social favorável à recorrente. No entanto, parecer este, não concordado pelo Tribunal recorrido, tendo em conta o tipo e a natureza do crime de tráfico de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, cuja gravidade é do conhecimento de todos.
Pois a natureza e gravidade dos actos criminais cometidos são sempre partes dos elementos de consideração de que o Tribunal tem de curar, quer na fase de julgamento, quer na decisão da aplicação da liberdade condicional.
Em referência à natureza e à gravidade da consequência jurídica do crime de tráfico de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas (art.º 8º da Lei nº 17/2009), como é do conhecimento geral, a criminalidade relacionada com este tipo de actividades ilícitas tem criado muitos e sérios problemas sociais, relevando exigências de prevenção geral, que se constituem como prejuízo e riscos para a saúde pública e a perturbação da tranquilidade social.
No caso sub judice, tendo em consideração a realidade social de Macau e a rigorosa exigência da prevenção geral quanto ao tipo de crime praticado (art.º 8º da Lei nº 17/2009), pela recorrente, bem como a influência negativa que a liberdade antecipada da recorrente virá trazer para a comunidade, nomeadamente, o prejuízo da expectativa da eficiência das leis, temos de afirmar que a concessão da liberdade condicional seria, muito provavelmente, incompatível com a ordem jurídica e a paz social, nos termos do art.º 56 nº 1 do C.P.M..
Por outro lado, analisados os autos, a recorrente não é residente de Macau, e, tinha hábitos de consumo de drogas e de jogo, são factores que continuam a ferir a medida de uma juízo de prognose favorável à libertação condicional da mesma, já que não há uma convicção fundada que esta, uma vez em liberdade, conduzirá a sua vida do modo socialmente responsável sem cometer crimes.
Pelo exposto, concordando como a douta decisão recorrida, não conseguimos chegar a um juízo de prognose favorável à recorrente para lhe conceder a liberdade condicional, por não vermos que as condições em que a recorrente se encontra ecoem no art.º 56 nº 1 do C.P.M..
Concluindo, entendemos que deve ser rejeitado o recurso interposto por ser improcedente.
2 In Direito Penal Português, Ao Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
---------------
------------------------------------------------------------
---------------
------------------------------------------------------------
7
TSI-826/2016 P.9