。in ﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽ 上訴案第124/2021號
上訴人:A
澳門特別行政區中級法院合議庭判決書
上訴人A於第CR5-18-0020-PCC、CR1-15-0082-PCC、CR5-15-0160-PCC、CR2-13-0122-PCC、CR4-14-0061-PCC號卷宗觸犯信任之濫用罪、非法持有禁用武器罪、文件的索取或接受罪、剝奪他人行動自由罪、收留罪、為賭博的高利貸罪和非法再入境罪,而被判處四年兩個月徒刑。
判決已生效,現正在服刑,上訴人將於2021年5月20日服完全部徒刑,並且已於2019年12月30日服滿了2/3刑期。
刑事起訴法庭為此繕立了第PLC-062-17-2-A號假釋案。在此案中,尊敬的刑事起訴法官於2020年12月30日作出批示,否決了上訴人的假釋。
上訴人A不服上述決定,向本院提起了上訴:
1. 上訴人對刑事起訴法庭法官就第二次假釋聲請於2020年12月30日作出之否決批示提起上訴,理由為有關決定違反《刑法典》第56條第1款之規定。
2. 根據《刑法典》第56條第1款規定,給予假釋須符合「服刑已達三分之二且至少已滿六個月」(形式要件),以及「經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧」(實質要件)。
3. 原審法院於被上訴批示中認為上訴人符合形式要件及實質要件之特別預防要件,上訴人對此並無異議。
4. 然而,對於原審法院認為上訴人不符合實質要件的一般預防要件的裁決,上訴人並不同意。
5. 對於特別預防,法院需綜合罪犯的犯罪情節、以往的生活及人格,再結合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服務中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
6. 而對於一般預防,法院則需考慮維護社會法律秩序的要求,即是,綜合所有的因素可以得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊。
7. 縱然上訴人曾經實施多項犯罪,但事實上,在澳門的刑法制度中,該等犯罪都不屬於較嚴重類型之犯罪,各自法定刑幅上限均為八年或以下徒刑。
8. 而且對於各項犯罪的具體情節,上訴人所獲判處的單一罪名的最高刑罰僅為兩年三個月之徒刑。競合後,上訴人的總刑期為四年兩個月。
9. 上訴人的罪名多且雜,但實際上其罪過程度和犯罪情節嚴重性並沒有將所有罪名排列在一起時表面看上去的那麼重。
10. 在特別預防方面,上訴人不單單滿足其要求,還有優異的表現。
11. 上訴人對假釋發表的意見信顯示其已深切反省自己的過錯,找出自己的缺點,知道需要改善之處;在服刑過程中建立了正確的價值觀,並加強了為社會貢獻及守法生活的信念。
12. 根據社工編製的假釋報告,上訴人在獄中服刑期間不只是悔改和自我反省,同時亦利用獄中的時間踴躍參與職訓及各種活動,表現出積極向上的態度;在職訓中獲得晉升,而表現了上訴人懂得通過正當途徑的努力取得成果和成功。
13. 上訴人不單擁有出獄後的工作計劃,而且有關計劃十分具體,上訴人同時亦有繳付訴訟費用及賠償受害人的計劃,顯示出其重返社會的積極意願和強烈決心。
14. 誠如中級法院在第1019/2010號合議庭裁判書中作出的見解,假釋並不是刑罰的終結。它的最有效的作用就是在罪犯完全被釋放之前的一個過渡期讓罪犯能夠更好地適應社會,而完全的融入這個他將再次生活的社會。這種作用往往比讓罪犯完全的服完所判刑罰更為有利。法院不能過於要求一般預防的作用而忽視了特別預防的作用,而使人們產生「嚴重罪行不能假釋」的錯誤印象。並且,這也不符合刑法所追求的刑罰的目的。
15. 上訴人認為,其在特別預防方面具有優勢,應適當降低一般預防之要求。
16. 如前所述,上訴人的犯罪嚴重性並非特別高。
17. 至原審法院作出被上訴裁判日,上訴人所餘下的刑期只有約五個月。
18. 上訴人通過接受刑罰改過自身,深切反省自己所犯下的過錯,建立正確的價值觀,並形成積極向上的心態,能令人相信其在出獄後不會再犯罪。上訴人是刑罰對犯罪者進行矯治的成功案例,故此,讓上訴人在未服完所有刑期的情況下能有條件地出獄,可以向社會大眾更好地展示刑罰的正面效用及效率性,加強社會對刑罰制度及效用的信心。
19. 考慮到上訴人在服刑期間的表現及對其出獄後行為的合理預期,上訴人僅提前五個月,並不會給社會的心理帶來衝擊,亦不會影響社會安定或損害公眾對被觸犯法律的效力所持有的期望。
20. 故此,上訴人認為其已具備《刑法典》第56條第1款b項之一般預防要件。
21. 綜上所述,上訴人認為原審法院未綜合考慮對給予假釋有利之所有因素,所作之否決假釋批示違反《刑法典》第56條第1款之規定,應予廢止,並應給予上訴人假釋。
綜上所述,請求尊敬的中級法院法官閣下裁定上訴人所提起之上訴理由成立,廢止被上訴的刑事起訴法庭否決給予假釋之批示,並給予上訴人假釋。
檢察院對上訴人的上訴理由作出答覆:
1. 上訴人不服否決假釋申請批示,認為違反《刑法典》第56條第1款規定,請求撤銷該批示,並批准假釋申請。對此,本檢察院不予認同。
2. 從《刑法典》第56條的規定來看,是否批准假釋,除了要符合“形式要件”外,還需要同時符合“實質要件”中特別及一般預防的綜合要求,方予批准。
3. 本案中,上訴人涉及多宗犯罪且被判刑,大部份涉及娛樂場相關,亦涉及禁用武器、非法再入境和收留,涉案金額不低,作案次數頻繁,而且多宗案件的作案時間相距不遠,提早釋放囚犯難以恢復社會大眾對法制的信心。
4. 綜上所述,由於上訴人尚未符合“實質要件”,本檢察院認為:否決假釋的決定並無錯誤,上訴理由不足,應予駁回。
在本上訴審程序中,尊敬的助理檢察長閣下提交了法律意見。1
一、事實方面
本院認為,案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
- 上訴人A於第CR5-18-0020-PCC、CR1-15-0082-PCC、CR5-15-0160-PCC、CR2-13-0122-PCC、CR4-14-0061-PCC號卷宗觸犯信任之濫用罪、非法持有禁用武器罪、文件的索取或接受罪、剝奪他人行動自由罪、收留罪、為賭博的高利貸罪和非法再入境罪,而被判處四年兩個月徒刑。
- 判決已生效,現正在服刑,上訴人將於2021年5月20日服完全部徒刑,並且已於2019年12月30日服滿了2/3刑期。
- 監獄方面於2020年11月11日向刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書(其內容在此視為全部轉錄)。
- 上訴人A同意假釋。
- 上訴人A第二次申請假釋。
- 刑事起訴法庭於2020年12月30日的批示,否決了對A的假釋。
二、法律方面
上訴人認為已經符合假釋的條件,否決假釋的決定違反了《刑法典》第56條的規定。
《刑法典》第56條規定:
“一.當服刑已達三分之二且至少已滿六個月時,如符合下列要件,法院須給予被判徒刑者假釋:
a) 經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及
b) 釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。
二.假釋之期間相等於徒刑之剩餘未服時間,但絕對不得超逾五年。
三.實行假釋須經被判刑者同意。”
從這個規定看,是否批准假釋,除了要符合形式上的條件(服刑已達三分之二且至少已滿六個月)以外,集中在要符合特別及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件上。
在特別的預防方面,要求法院綜合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則是集中在維護社會法律秩序的要求上,即是,綜合所有的因素可以讓我們得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。”2
那麼,我們看看上訴人是否符合假釋的條件。
在獄中,上訴人空閒時喜歡看書及做運動,亦有參與各種興趣班和講座。上訴人因自2018年11月開始參與了車房職訓,而沒有參加回歸教育課程。在獄中沒有違反獄規,被列為“信任類”,行為總評價為“良”。獄方的社工及監獄長都對上訴人的第二次假釋申請提出肯定的意見。這說明,上訴人在服刑期間的表現顯示出他在人格方面的演變已向良好的方向發展,甚至可以認為上訴人在犯罪的特別預防方面可以得出對他的提前釋放有利的結論。
然而,正如我們一直認為的,囚犯的犯罪後的表現,尤其是在服刑期間在主觀意識方面的演變情況顯示出有利的徵兆,亦不是當然地等同於假釋出獄後不會對社會安寧及法律秩序造成危害。這不單取決於其本人的主觀因素,而更重要的是考慮這類罪犯的假釋所引起的消極社會效果,假釋決定使公眾在心理上無法承受以及對社會秩序產生一種衝擊等負面因素。
誠然,我們一直強調,必須在犯罪預防的兩個方面取得一個平衡點,一方面,假釋並不是刑罰的終結,它的最有效作用是在罪犯完全被釋放之前的一個過渡期讓罪犯能夠更好地適應社會,而完全的融入這個再次生活的社會。另一方面,法院不能過於要求一般預防的作用而忽視了特別預防的作用以至於人們產生某些罪行難以假釋的錯誤印象。但是,上訴人以旅客身份前來澳門,分别在五个案件中相繼觸犯並被判處信任之濫用罪、非法持有禁用武器罪、文件的索取或接受罪、剝奪他人行動自由罪、收留罪、為賭博的高利貸罪和非法再入境罪的罪名,大部份涉及娛樂場相關,涉案金額不低,作案次數頻繁,而且多宗案件的作案時間相距不遠,從其犯罪的“反社會”性來看,一般犯罪預防方面對於澳門這個國際城市來說有著更高、更嚴格的要求,對此類行為在足以使公眾的心理承受能力能夠接受對此類犯罪之前,尤其是,在短短的四年的獄中服刑期間,囚犯沒有更出色的表現以消磨其嚴重的犯罪行為給這個社會帶來的影響之前,提前釋放確實是對社會、法律秩序帶來另外一次嚴重的衝擊,即使不考慮原審法院在囚犯的聽證中所形成的對其人格的總體印象的不良因素,但就犯罪的一般預防的因素,就已經決定了上訴人還不具備所有的假釋條件,法院還不能作出假釋的決定,其上訴理由不能成立,應該予以駁回。
三、決定
綜上所述,本合議庭決定判處上訴人A的上訴理由不成立,予以駁回。
上訴人需支付本案訴訟費用,並且支付4個計算單位的司法費。
確定上訴人的委任辯護人的費用為1500澳門元,由上訴人支付。
澳門特別行政區,2021年2月25日
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蔡武彬 (裁判書製作人)
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陳廣勝 (第一助審法官)
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譚曉華 (第二助審法官)
1 其葡文內容如下:
Entendemos que não deve ser reconhecida razão ao recorrente A, por não estarem preenchidos, na íntegra, os pressupostos da aplicação da liberdade condicional.
Por força do art.º 56 nº 1 do Código Penal de Macau, a concessão da liberdade condicional depende da co-existência do pressuposto formal e do pressuposto material.
É considerado como pressuposto formal da concessão da liberdade condicional, que o condenado tenha já cumprido dois terços da pena de prisão e no mínimo seis meses. Já o pressuposto material abarca a ponderação global da situação do condenado à vista da necessidade da prevenção geral e prevenção especial, sendo a pena de prisão objecto de aplicação da liberdade condicional quando resultar um juízo de prognose favorável ao condenado em termos da aceitável reintegração do agente na sociedade e da defesa da ordem jurídica e da paz social.
Consta a fls. 154 das anotações do Código Penal de Macau dos Drs. Manuel Leal-Henrique e Manuel Simas Santos o seguinte: “Nas sessões de trabalho entre os representantes da Assembleia Legislativa e do Executivo discutiu-se amplamente a temática da liberdade condicional, tendo os deputados chamado à atenção para a necessidade de se imprimir maior rigor na aplicação do instituto.”, citando o respectivo registo do relatório das Sessões, “Ainda sobre a liberdade condicional, foram apresentadas disconcordâncias quanto ao estipulado no …, e no nº 4, que consagra a concessão ope Legis da liberdade condicional na situação aqui regulada. (in Relatório das Sessões)”
Neste sentido, a aplicação da liberdade condicional nunca é feita pela lei com carácter automático, ou seja, não é obrigatório aplicá-la mesmo estando preenchidos o pressuposto formal, tendo de mostrar-se satisfeito o pressuposto material.
In casu, foi o recorrente, condenado, na pena de prisão de 4 anos e 2 meses pela prática de crimes de usura, sequestro, acolhimento, exigência de documentos, abuso de confiança, detenção de armas proibias e reentrada ilegal, mostrando assim a sua fraca capacidade de se afastar da prática de actos ilícitos.
Mesmo que seja especulativo de aferir a intenção da reintegração social do recorrente, bem como a verificação do seu comportamento adequado durante o período do cumprimento da pena de prisão, ou seja, do “bom comportamento prisional”, entendemos que não são preenchidos completamente os pressupostos da concessão da liberdade condicional, por não conseguirmos chegar, a uma conclusão favorável ao recorrente, confiando que esta, uma vez em liberdade, conduzirá a sua vida de modo socialmente responsável sem cometer crimes.
Além do mais, não podemos deixar de ter em conta a natureza e gravidade dos actos criminais cometidos uma vez que são sempre partes dos elementos de consideração de que o Tribunal a quo tem de curar, quer na fase de julgamento, quer na decisão da aplicação da liberdade condicional.
Analisados os autos, o recorrente não é primário, tendo em total 5 condenações (CR5-18-0020-PCC, CR1-15-0082-PCC, CR5-15-0160-PCC, CR2-13-0122-PCC, CR4-14-0061-PCC) pela prática dos referidos crimes, sendo relevante a exigência de prevenção gera dessa criminalidade que se constituem como riscos sérios para a economia e a paz social desta R.A.E.M..
Tendo em consideração a realidade social de Macau e a exigência da prevenção geral quanto aos tipos de crimes praticados pelo recorrente, bem como a influência negativa que a liberdade antecipada do recorrente viria trazer para a comunidade, nomeadamente, o prejuízo da expectativa da eficiência das leis, temos de afirmar que a concessão da liberdade condicional seria, muito provavelmente, incompatível com a ordem jurídica e a paz social.
Pelo exposto, concordando com a digna resposta do M.P. à motivação do recurso (cfr. fls. 292), não enxergamos uma conclusão favorável ao recorrente para lhe conceder a liberdade condicional, por não se entender que as condições em que o recorrente se encontra ecoem no disposto do art.º 56 nº 1 do C.P.M..
Concluindo, entendemos que deve ser rejeitado o recurso interposto por improcedente.
2 In Direito Penal Português, Ao Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
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