。in ﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽ 上訴案第304/2022號
上訴人:A
澳門特別行政區中級法院合議庭判決書
上訴人A於2017年12月7日,在第一刑事法庭合議庭普通刑事案第CR1-17-0122-PCC號卷宗內,以直接共犯身分及犯罪既遂的情況下觸犯一項《刑法典》第152條第3款所規定及處罰的「剝奪他人行動自由引致死亡罪」,被判處7年實際徒刑,另判處被判刑人與同案另一被判刑人須以連帶責任的方式向被害人的合法繼承人賠償澳門幣800,000元,該賠償須附加自該判決日起計至完全繳付有關賠償時的法定利息。
判決已生效,現正在服刑,上訴人將於2023年7月15日服完全部徒刑,並且已於2021年3月15日服滿了2/3刑期。
刑事起訴法庭為此繕立了第PLC-126-18-1-A號假釋案。在此案中,尊敬的刑事起訴法官於2022年3月15日作出批示,否決了上訴人的假釋。
上訴人A不服上述決定,向本院提起上訴:
1. 被上訴批示否決給予上訴人的本次假釋申請,首先是針對特別預防方面,被上訴批示認為本案情節嚴重,被判刑人相關犯罪的不法性程度十分高及對法益損害較大,被判刑人的守法意識薄弱。
2. 雖然被判刑人在案發後主動投案,在庭審時保持沉默,在是次假釋聲請時則表示感到慚愧,並積極制定賠償計劃,法庭認為此反映被判刑人的人格正逐步朝着正向發展,應給予鼓勵,但法庭不得不同時考慮假釋對一般預防的影響。
3. 事實上,根據本卷宗資料顯示,上訴人只屬初犯,在獄中沒有出現違規行為,上訴人屬信任類,服刑期間行為的總評價為“良”,上訴人在獄中亦積極參加職業培訓及獄中各種講座等。
4. 且自2019年3月起上訴人參與男子製衣及車輛維修職訓至今,並把職訓津貼用作賠償給被害人,以積極履行法院對其作出之判決,雖然金額並不多,但上訴人已盡了其最大的努力,亦可顯示出其積極承擔責任的正向發展。
5. 鐵窗下的生活使上訴人清楚看到違反法紀後所需承擔的後果,其亦為自己的過錯行為作反省,具有重返社會的有利條件,而且上訴人在獄中接受了長達五年多實際徒刑之刑罰,上訴人對自己所犯之過錯深感遺憾及後悔,並已決定從今以後洗心革面地好好過生活。
6. 此外,上訴人作為家中的經濟支柱,入獄使其無法供養一名未成年兒子,不但讓年邁的父母無休止為其操心,同時也錯過了陪伴兒子成長的寶貴時間,上訴人為此已感到相當內疚,故在獄內表現積極,努力改變自己,善用獄中學習時間,使個人得到正面成長,上訴人希望有關假釋申請能獲得批准,使其能夠早日與家人團聚。
7. 因此,在特別預防方面,上訴人認為透過已執行的刑罰對上訴人本身進行教育,使其自身作出反省,並已達到使其能以社會負責任的方式重新融入社會,不再犯罪。
8. 另一方面,就一般預防而言,在決定假釋時必須將之衡量,考慮將上訴人提早釋放是否會使公眾在心理上產生無法接受之感受及對社會秩序產生重大衝擊。
9. 被上訴批示認為由於考慮到上訴人在本案中被判刑人聯同他人共同合力及彼此分工下作出本案所涉及的犯罪行為,觸犯「剝奪他人行動自由引致死亡罪」,其中,被害人因欠下高利貸款項而被看守及剝奪自由,被害人最終更因欲逃離而失足墮樓身亡,相關犯罪的不法性程度十分高。
10. 故法庭考慮到案件情節及本澳社會實際情況,上訴人以旅客身份來澳從事不法活動,相關犯罪結果非常嚴重,最終造成被害人失去寶貴的生命,對此的一般預防要求亦相對較高,倘提早釋放被判刑人將引起相當程度的社會負面效果,妨礙公眾對被觸犯的法律條文之效力所持有的期望,故基於有需要對有關犯罪作一般預防的考慮,提前釋放被判刑人將有礙法律秩序的權威及社會的安寧。
11. 因此,本案尚不符合澳門《刑法典》第56條第1款b)項所規定的給予假釋此一必備的實質條件。
12. 然而,根據卷宗所載澳門監獄社會援助、教育及培訓處社會援助及心理支援小組之高級技術員B於2022年1月5日為上訴人製作了假釋報告,當中建議考慮給予上訴人假釋。
13. 監獄獄長同意給予上訴人假釋。
14. 上訴人在獄期間表現良好,亦積極參與了獄中職業培訓及各類講座,亦培養出對汽車維修產生興趣,已參加汽車維修近兩年,並已掌握相關的技術。
15. 通過本案卷中之服刑(約五年八個月之實際徒刑),上訴人已在監獄裡深刻反省,悔不當初,上訴人在發表意見的信函中更承諾獲釋後會重新做人,重投社會並照顧家人,並承諾向被害人家屬分期償還賠償,且承諾出獄後無論每月收入多少,都會拿出一半來支付賠償予被害人家屬直至繳清。
16. 可見,通過對上訴人執行徒刑,已對公眾彰顯了法律對該等犯罪的威懾力,從而令到所有人都知道實施上述犯罪將導致嚴重之後果,以及不敢輕易實施相關之罪行。
17. 從這一點再去考慮對上訴人的假釋申請時,對其立即釋放是不會使公眾在心理上產生無法接受之感受或對社會秩序產生重大的衝擊,因上訴人已服刑的時間足以達到按現今刑事政策要求的一般預防所要求的效果。
18.在社會重返方面,上訴人自入獄服刑後其家人一直給予他鼓勵與支持,更會為上訴人出獄後提供創業成本,故上訴人已做好重新投入社會的準備。
19. 再者,上訴人並非本澳居民,其若獲假釋出獄後很大可能被採用禁止進入澳門特別行政區之行政措施,故上訴人獲得假釋後絕不會犯罪,也不會再影響澳門社會之安寧。
20. 事實上,卷宗內所載的有關上訴人的服刑資料已足以令人相信,倘上訴人一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪,以及釋放上訴人亦不會影響法律秩序之維護及社會安寧。
21. 明顯地,透過上述各點看出,被上訴之批示否定了上訴人過往在獄中遵守紀律,積極改過自身,樂意接受刑罰將其改變成為一個對社會負責任的人的事實。
22. 這是我們《刑法典》第56條的立法原意嗎?
23. 根據《刑法典》第56條的規定,其立法原意及設立假釋制度是用來配合刑罰的目的,鼓勵上訴人入獄後積極改過自新,當上訴人符合假釋的形式及實質要件時,達到了保護法益的功能,而給予其提早重返社會、更新人生的一個機會。
24. 綜上所述,被上訴之批示明顯違反了《刑法典》第56條第1款之規定,違反了假釋制度的立法原意。
基於此,請求中級法院撤銷被上訴之批示並給予上訴人假釋。
檢察院對上訴人的上訴理由作出答覆:
1. 在特別預防方面,被判刑人整體獄中行為表現為良好,有積極參與職訓活動,亦與家人保持良好關係,故此,本院認為能夠期待被判刑人一旦獲釋後,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪。本院認為被判刑人的情況符合《刑法典》第56條第1款a)項的要件。
2. 然而,在一般預防方面,上訴人並非本澳居民,在逗留本澳期間作出違反本澳法律的行為,顯示出上訴人的行為的不法性程度甚高。根據已證事實顯示,上訴人伙同他人禁錮被害人,要求被害人還清欠款,最終導致被害人爬出窗外失足墜樓死亡,喪失寶貴的生命,情節非常嚴重,對澳門社會治安、法律秩序、社會安寧及旅遊形象造成相當的負面影響。
3. 面對這類型的犯罪行為人,倘若仍給予其提早獲釋,公眾將會對本澳的法律失去信心,也會懷疑自己是否生活在一個安全的城市及懷疑自己的生命財產是否能得到法律的保護。可見,本案中,提早給予上訴人假釋,定必無法實現一般預防的需要。
4. 綜上所述,經考慮上訴人所實施的犯罪行為、其個人狀況及對社會所造成的影響,我們完全認同刑庭法官 閣下的立場,並認為上訴人的情況未能符合《刑法典》第56條第1款規定的實質要件,故此,上訴人的上訴理由明顯不成立,應予以駁回。
在本上訴審程序中,尊敬的助理檢察長閣下提交了法律意見。1
一、事實方面
本院認為,案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
- 上訴人A於2017年12月7日,在第一刑事法庭合議庭普通刑事案第CR1-17-0122-PCC號卷宗內,以直接共犯身分及犯罪既遂的情況下觸犯一項《刑法典》第152條第3款所規定及處罰的「剝奪他人行動自由引致死亡罪」,被判處7年實際徒刑,另判處被判刑人與同案另一被判刑人須以連帶責任的方式向被害人的合法繼承人賠償澳門幣800,000元,該賠償須附加自該判決日起計至完全繳付有關賠償時的法定利息。
- 判決已生效,現正在服刑,上訴人將於2023年7月15日服完全部徒刑,並且已於2021年3月15日服滿了2/3刑期。
- 監獄方面於2022年1月24日向刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書(其內容在此視為全部轉錄)。
- 上訴人A同意假釋。
- 上訴人A第二次申請假釋。
- 刑事起訴法庭於2022年3月15日作出的批示,否決了對A的假釋。
二、法律方面
上訴人認為已經符合假釋的條件,否決假釋的決定違反了《刑法典》第56條的規定。
《刑法典》第56條規定:
“一.當服刑已達三分之二且至少已滿六個月時,如符合下列要件,法院須給予被判徒刑者假釋:
a) 經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及
b) 釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。
二.假釋之期間相等於徒刑之剩餘未服時間,但絕對不得超逾五年。
三.實行假釋須經被判刑者同意。”
從這個規定看,是否批准假釋,除了要符合形式上的條件(服刑已達三分之二且至少已滿六個月)以外,集中在要符合特別及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件上。
在特別的預防方面,要求法院綜合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則是集中在維護社會法律秩序的要求上,即是,綜合所有的因素可以讓我們得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。”2
那麼,我們看看上訴人是否符合假釋的條件。
在獄中,上訴人空閒時曾參與假釋和戒煙等講座。服刑期間,沒有報讀學習課程。於2019年3月至2019年8月參與男子製衣的職業培訓,後因製衣導師退休而在2019年9月轉至車輛維修的工房繼續接受職業培訓。上訴人並沒有作出違紀行為,被列為“信任類”,其行為總評價為“良”。監獄長及獄中社工對上訴人的假釋申請作出肯定的意見。上訴人在服刑期間的表現顯示出他在人格方面的演變已向良好的方向發展,甚至可以認為上訴人在犯罪的特別預防方面可以得出對他的提前釋放有利的結論。
然而,正如我們一直認為的,囚犯的犯罪後的表現,尤其是在服刑期間在主觀意識方面的演變情況顯示出有利的徵兆,亦不是當然地等同於假釋出獄後不會對社會安寧及法律秩序造成危害,這不單取決於其本人的主觀因素,而更重要的是考慮這類罪犯的假釋所引起的消極社會效果,假釋決定使公眾在心理上無法承受以及對社會秩序產生一種衝擊等負面因素。誠然,我們同樣一直強調,在考慮衡量是否給予假釋的因素的時候,必須在犯罪預防的兩個方面取得一個平衡點,一方面,假釋並不是刑罰的終結,它的最有效作用是在罪犯完全被釋放之前的一個過渡期讓罪犯能夠更好地適應社會,而完全的融入這個再次生活的社會。另一方面,法院不能過於要求一般預防的作用而忽視了特別預防的作用以至於人們產生某些罪行難以假釋的錯誤印象。而在本案中,上訴人非為澳門居民,不但顯示出在重返社會方面接受輔導的缺失的不利因素,而且,上訴人以旅客身份來澳實施多項犯罪行為,從其嚴重性以及其“反社會”性來看,顯示出一般犯罪預防方面有更高、更嚴格的要求,即使上訴人在澳門監獄服刑期間有良好表現,也難以讓人們相信,提前釋放不會對社會、法律秩序帶來另外一次嚴重的衝擊,就已經決定了上訴人還未具備所有的假釋條件,法院還不能作出假釋的決定。
因此,上訴人的上訴理由不成立,維持否決假釋的決定。
三、決定
綜上所述,本合議庭決定判處上訴人A的上訴理由不成立,維持被上訴決定。
判處上訴人支付本案訴訟費用的支付,以及支付4個計算單位的司法費。
澳門特別行政區,2022年5月5日
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蔡武彬 (裁判書製作人)
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陳廣勝 (第一助審法官)
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譚曉華 (第二助審法官)
1 其葡文內容如下:
Inconformado com a decisão do indeferimento da concessão da liberdade condicional, exarado pela Mtm. J.I.C., datado lde 15/03/2022, o recurso A vem recorrer para o Tribunal da 2ª Instância, invocando a violação do art.º 56 nº 1 do C.P.M..
Entendemos que, não deve ser reconhecida razão ao recorrente A, por não se vislumbrar violação da norma ora invocada.
Por força do art.º 56 nº 1 do C.P.M., a concessão da liberdade condicional depende da co-existência do pressuposto formal e do pressuposto material.
É considerado como pressuposto formal da concessão da liberdade condicional, que o condenado tenha já cumprido dois terços da pena de prisão e no mínimo de seis meses. Já o pressuposto material abarca a ponderação global da situação do condenado à vista da necessidade da prevenção geral e prevenção especial, sendo a pena de prisão objecto de aplicação da liberdade condicional quando resultar um juízo de prognose favorável ao condenado em termos da aceitável reintegração da agente na sociedade e da defesa da ordem jurídica e da paz social.
Neste sentido, a aplicação da liberdade condicional nunca é feita pela lei com carácter automático, ou seja, não é obrigatório aplicá-la mesmo estando preenchido o pressuposto formal, tendo de mostrar-se satisfeito o pressuposto material.
Permitimo-nos mencionar desde já a condição da concessão de liberdade condicional interpretada pelo ilustre Tribunal Colectivo do T.S.I., encontrando-se recentemente nos Proc.s nº s 418/2013 e 399/2013, ambos de 11/07/2013:
“A liberdade condicional é de conceder caso o caso, dependendo da análise da personalidade do recluso e de um juízo de prognose fortemente indiciador de que o mesmo vai reinserir-se na sociedade e ter uma vida em sintonia com as regras de convivência normal, devendo também constituir matéria de ponderação, a defesa da ordem jurídica e da paz social.”
Em relação de juízo de prognose favorável, o Prof. Jorge de Figueiredo Dias ensinou-nos assim:
“… se ainda aqui deve exigir-se uma certa medida de probabilidade de, no caso da libertação imediata do condenado, estes conduzir a sua vida em liberdade de modo socialmente responsável. Sem cometer crimes, essa medida deve ser a suficiente para emprestar fundamento razoável à expectativa de que o risco da libertação já possa ser comunitariamente suportado.” (Direito Penal Português - As consequências Jurídicas do Crime, 2ª Reimpressão, Jorge de Figueiredo Dias, §850).
Além do juízo de prognose favorável, o Prof. não deixou de afirmar a obrigação de respeitar exigências de prevenção geral positiva, pois pode “…… o reingresso do condenado no seu meio perturbar gravemente a paz social e pôr assim em causa as expectativas comunitárias na validade da norma violada. Por outro lado, da aceitação do reingresso pela comunidade jurídica dependerá, justamente, a suportabilidade comunitária da assunção do risco da libertação que, como dissemos, é o critério que deve dar a medida exigida de probabilidade de comportamento futuro sem reincidência.” (《Direito Penal Português – As consequências Jurídica do Crime》, §852).
In casu, formulou um parecer o Sr. Director do Estabelecimento Prisional de prognose social favorável ao recorrente. No entanto, parecer este, não tem a concordância do Tribunal recorrido, tendo em conta que a ressocialização do condenado não é o único pressuposto material a ter em consideração para efeitos de aplicação do instituto ora em causa.
Pesem no bom comportamento prisional e as perspectivas favoráveis de reinserção social, por razões de prevenção geral, tendo e consideração a gravidade do crime de sequestro agravado (causar a morte da vítima), cometido pelo recorrente e a sua personalidade, pesando ainda, a análise de todos os elementos do caso concreto e a realidade social de Macau, concluímos que até ao momento existem razões para crer que a libertação antecipada do recorrente irá por em causa a confiança da comunidade no sistema jurídico e, consequentemente, provocar impacto social negativo.
Tudo ponderado, é de considerar não estar verificado o requisito previsto na alínea b), do nº 1, do art.º 56º, do C.P.M., não devendo conceder-se a liberdade condicional.
Termos em que deve ser julgado improcedente o presente recurso.
2 In Direito Penal Português, Ao Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
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TSI-304/2022 P.11