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--- 簡要裁判 (按照經第9/2013號法律修改的<<刑事訴訟法典>>第407條第6款規定)
--- 日期:28/07/2022 -------------------------------------------------------
--- 裁判書製作法官:蔡武彬法官 ---------------------------------------------
。in﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽上訴案第544/2022號
上訴人:A




澳門特別行政區中級法院裁判書製作人

簡要判決

上訴人A的判刑情況:
- 於2018年7月6日,在第三刑事法庭獨任庭普通刑事案第CR3-18-0124-PCS號卷宗內,被判刑人因以直接正犯及既遂方式觸犯一項澳門《刑法典》第147條第1款及第2款所規定及處罰的「恐嚇罪」,被判處6個月徒刑,暫緩2年執行,條件為根據澳門《刑法典》第49條第1款b)項規定於三十日內對被害人支付澳門幣5,000澳門元賠償。
- 於2019年10月11日,在第三刑事法庭合議庭普通刑事案第CR3-19-0023-PCC號卷宗內,被判刑人因以直接正犯(共犯),以既遂的方式觸犯一項《刑法典》第211條第4款,配合第211條第1款及第196條b項所規定及處罰的「相當巨額詐騙罪」,被判處3年9個月徒刑;以及以直接正犯(共犯),以既遂行為觸犯一項《刑法典》第244條第1款a項,配合第245條所規定及處罰的「偽造具特別價值之文件罪」,被判處1年6個月徒刑。二罪並罰,合共被判處4年3個月實際徒刑單一刑罰(見徒刑執行卷宗第4頁至第49頁背頁)。被判刑人及民事原告不服,向中級法院提起上訴,中級法院於2020年3月5日裁定被判刑人上訴理由不成立,駁回上訴,民事原告上訴理由部分成立,改判被判刑人須與同案另一被判刑人以連帶承擔賠償被害人合共港幣1,200萬元及澳門幣161,693元的損失,並且支付從該判決之日起計算的法定利率的遲延利息,直至完全支付完畢。
- 於2020年6月30日,在第三刑事法庭合議庭普通刑事案第CR3-19-0023-PCC號卷宗內,法庭決定將該案與第CR3-18-0124-PCS號卷宗的刑罰競合,三罪並罰,被判刑人合共被判處4年6個月實際徒刑的單一刑罰。

判決已生效,現正在服刑,上訴人將 於2022年11月26日服完全部徒刑,並且已於2021年5月26日服滿了2/3刑期。

刑事起訴法庭為此繕立了第PLC-076-20-2-A號假釋案。在此案中,尊敬的刑事起訴法官於2022年5月26日作出批示,否決了上訴人的假釋。

上訴人A不服上述決定,向本院提起上訴:
1. 上訴人已至少服刑滿六個月,且已服完其所判刑期的三分之二,符合假釋的形式要件。
2. 上訴人在經過四年多的監禁後,已經痛改前非,對所作的行為深感後悔。
3. 上訴人對其作出相關的犯罪行為作出深刻的反省並深感後悔。
4. 上訴人有參與小學回歸教育及獄中的其他活動,亦有輪候職業培訓,積極的生活表現及守紀的行為反映出其內心對出獄後會奉公守法、重新生活及融入社會的展望。
5. 雖然上訴人並現時不具繳付全部賠償的能力,但上訴人亦表示,會在出獄工作後償還未付的訴訟費用,可見,上訴人對承擔犯罪後果具有積極性。
6. 上訴人對未來生活經已有具體的規劃,其人格已朝積極方向發展,體現了執行刑罰對上訴人本身的教育功能。
7. 因此,符合假釋實質要件的特別預防要求。
8. 上訴人的犯罪行為被判為實際徒刑,已向社會上的人展示了犯罪受罰的結果,難以妨礙其對被觸犯的法律條文之效力所持有的期望。
9. 因此,符合假釋實質要件的一般預防要求。
10. 被上訴批示不能以上訴人所犯罪行之性質及負面影響而斷定其提前譯放將影響社會安寧,這種斷定與假釋制度及《刑法典》第56條所規定之精神相違背,故被上訴批示存在《刑事訴訟法典》第400條第1款所規定之瑕疵。
  綜上所述,上訴人認為其本人已具備獲得假釋的法定條件,刑事起訴法庭法官閣下駁回上訴人假釋申請的批示因違反了《刑法典》第56條和40條之規定,請求中級法院依法予以撤銷並同時給予上訴人假釋。

檢察院對上訴人的上訴理由作出答覆,認為不批准上訴人現階段假釋的法官決定應予維持。

在本上訴審程序中,尊敬的助理檢察長閣下提交了法律意見,認為上訴人的上訴理由明顯不能成立,並予以駁回。1

本院接受上訴人提起的上訴後,裁判書製作人在初端批示中認為上訴理由明顯不成立,故運用《刑事訴訟法典》第407條第6款b項規定的權能,對上訴作出簡要的審理和裁判。

一、事實方面
本院認為,案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
- 上訴人A的判刑情況:
- 於2018年7月6日,在第三刑事法庭獨任庭普通刑事案第CR3-18-0124-PCS號卷宗內,被判刑人因以直接正犯及既遂方式觸犯一項澳門《刑法典》第147條第1款及第2款所規定及處罰的「恐嚇罪」,被判處6個月徒刑,暫緩2年執行,條件為根據澳門《刑法典》第49條第1款b)項規定於三十日內對被害人支付澳門幣5,000澳門元賠償。
- 於2019年10月11日,在第三刑事法庭合議庭普通刑事案第CR3-19-0023-PCC號卷宗內,被判刑人因以直接正犯(共犯),以既遂的方式觸犯一項《刑法典》第211條第4款,配合第211條第1款及第196條b項所規定及處罰的「相當巨額詐騙罪」,被判處3年9個月徒刑;以及以直接正犯(共犯),以既遂行為觸犯一項《刑法典》第244條第1款a項,配合第245條所規定及處罰的「偽造具特別價值之文件罪」,被判處1年6個月徒刑。二罪並罰,合共被判處4年3個月實際徒刑單一刑罰(見徒刑執行卷宗第4頁至第49頁背頁)。被判刑人及民事原告不服,向中級法院提起上訴,中級法院於2020年3月5日裁定被判刑人上訴理由不成立,駁回上訴,民事原告上訴理由部分成立,改判被判刑人須與同案另一被判刑人以連帶承擔賠償被害人合共港幣1,200萬元及澳門幣161,693元的損失,並且支付從該判決之日起計算的法定利率的遲延利息,直至完全支付完畢。
- 於2020年6月30日,在第三刑事法庭合議庭普通刑事案第CR3-19-0023-PCC號卷宗內,法庭決定將該案與第CR3-18-0124-PCS號卷宗的刑罰競合,三罪並罰,被判刑人合共被判處4年6個月實際徒刑的單一刑罰。

- 判決已生效,現正在服刑,上訴人將 於2022年11月26日服完全部徒刑,並且已於2021年5月26日服滿了2/3刑期。
- 監獄方面於2022年3月22日向刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書(其內容在此視為全部轉錄)。
- 上訴人A同意假釋。
- 上訴人A第二次申請假釋。
- 刑事起訴法庭於2022年5月26日作出的批示,否決了對A的假釋。

二、法律方面
上訴人認為已經符合假釋的條件,否決假釋的決定錯誤地評價上訴人的假釋程序的事實前提條件,違反了《刑法典》第56條的規定,應該予以廢止並代之於作出假釋的決定。
我們看看。
《刑法典》第56條規定:
“一.當服刑已達三分之二且至少已滿六個月時,如符合下列要件,法院須給予被判徒刑者假釋:
a) 經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及
b) 釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。
二.假釋之期間相等於徒刑之剩餘未服時間,但絕對不得超逾五年。
三.實行假釋須經被判刑者同意。”
從這個規定看,是否批准假釋,除了要符合形式上的條件(服刑已達三分之二且至少已滿六個月)以外,集中在要符合特別及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件上。
在特別的預防方面,要求法院綜合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則是集中在維護社會法律秩序的要求上,即是,綜合所有的因素可以讓我們得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。”2
那麼,我們看看上訴人是否符合假釋的條件。
在獄中,上訴人空閒時喜歡閱讀書籍、做運動、並參加獄內舉辦的活動,如非政府組織宗教活動,四季人生活動講座及釋前就業計劃等活動。於2020及2021年已申請麵包西餅、車房噴油及包頭組等職訓工作,現正輪候。上訴人亦在2020年參與回歸小學課程。在獄囚期間,於2020年12月18日因違反第40/94/M法令第74條i)項,而被收押紀律囚室並剝奪放風權利3日。雖然上訴人在獄中被列為“信任類”,但其行為總評價為“一般”,而獄方的社工及監獄長都對上訴人的假釋申請提出否定的意見。
從上訴人的假釋報告可見,上訴人在獄中剛剛受到紀律處分以及獄方的社工及監獄長都對上訴人的假釋申請提出否定的意見,這明顯說明,上訴人在服刑期間的表現仍然沒有令監獄各方對其行為表現表示滿意,仍然不能顯示其在犯罪的特別預防方面可以得出對他的提前釋放有利的結論,已經不能滿足《刑法典》第56條第1款a項的條件,法院還不能作出假釋的決定,其上訴理由明顯不能成立,應該予以駁回。

三、決定
綜上所述,中級法院裁判書製作人決定判處上訴人的上訴理由明顯不成立,予以駁回。
上訴人需支付本案訴訟費用,並且支付3個計算單位的司法費,以及支付《刑事訴訟法典》第410條第3款所規定的相同計算單位的懲罰性金額。
確定上訴人的委任辯護人的費用為1500澳門元,由上訴人支付。
澳門特別行政區,2022年7月28日


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蔡武彬 (裁判書製作人)
1 其葡文內容如下:
  Entendemos que não deve ser reconhecida razão ao recorrente A, por não estarem preenchidos, na íntegra, os pressupostos da aplicação da liberdade condicional.
  Por força do art.º 56 n.º 1 do Código Penal de Macau, a concessão da liberdade condicional depende da co-existência do pressuposto formal e do pressuposto material.
  É considerado como pressuposto formal da concessão da liberdade condicional, que o condenado tenha já cumprido dois terços da pena de prisão e no mínimo seis meses. Já o pressuposto material abarca a ponderação global da situação do condenado à vista da necessidade da prevenção geral e prevenção especial, sendo a pena de prisão objecto de aplicação da liberdade condicional quando resultar um juízo de prognose favorável ao condenado em termos da aceitável reintegração do agente na sociedade e da defesa da ordem jurídica e da paz social.
  Consta a fls. 154 das anotações do Código Penal de Macau dos Drs. Manuel Leal-Henrique e Manuel Simas Santos o seguinte:“Nas sessões de trabalho entre os representantes da Assembleia Legislativa e do Executivo discutiu-se amplamente a temática da liberdade condicional, tendo os deputados chamado à atenção para a necessidade de se imprimir maior rigor na aplicação do instituto.”, citando o respectivo registo do relatório das Sessões, “Ainda sobre a liberdade condicional, foram apresentadas disconcordâncias quanto ao estipulado no ..., e no nº. 4, que consagra a concessão ope legis da liberdade condicional na situação aqui regulada (in Relatório das Sessões)” .
  Neste sentido, a aplicação da liberdade condicional nunca é feita pela lei com carácter automático, ou seja, não é obrigatório aplicá-la mesmo estando preenchido o pressuposto formal, tendo de mostrar-se satisfeito o pressuposto material.
  Apesar do comportamento adequado durante o período do cumprimento da pena de prisão, ou seja, do “bom comportamento prisional”, foi o recorrente, condenado, na pena de prisão de 4 anos e 6 meses pela prática de 1 crime de burla qualificada, 1 crime de falsificação de documento de especial valor e 1 crime de ameaça (proveniente de 2 condenações de CR3-19-0023-PCC e CR3-18-0124-PCS).
  Analisados os autos, o recorrente não é primário, ainda se trata de um recluso reincidente no E.P.M., tendo 4 condenações anteriores em pena multa e suspensa (CR2-13-0404-PCT, CR3-14-0626-PCT, CR4-15-0127-PCT e CR4-16-1101-PCT), sendo que, cometeu novamente os crimes de burla qualificada, falsificação de documento de especial valor e de ameaça, perturbou a ordem jurídica e a paz social desta R.A.E.M., mostrando assim a sua fraca capacidade de se afastar da prática de actos ilícitos.
  Tendo em consideração a realidade social de Macau e a rigorosa exigência da prevenção geral quanto aos tipos de crimes praticados pelo recorrente, bem como a influência negativa que a liberdade antecipada do recorrente virá trazer para a comunidade, nomeadamente, o prejuízo da expectativa da eficiência das leis, temos de afirmar que a concessão da liberdade condicional seria, muito provavelmente, incompatível com a ordem jurídica e a paz social, nos termos do art.º 56 n.º 1 do C.P.M..
  Pelo exposto, concordando com a digna resposta do M.P. à motivação do recurso, não enxergamos qualquer conclusão favorável ao recorrente para lhe conceder a liberdade condicional, por não se entender que as condições em que a recorrente se encontra ecoem no disposto do art.º 56 n.º 1 alíneas a) e b) do C.P.M..
  
  Concluindo, entendemos que deve ser rejeitado o recurso interposto por improcedente.
2 In Direito Penal Português, Ao Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
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TSI-544/2022 P.7