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--- 簡要裁判 (按照經第9/2013號法律修改的<<刑事訴訟法典>>第407條第6款規定) --------
--- 日期:21/09/2023 -------------------------------------------------------------------------------------------
--- 裁判書製作人:蔡武彬法官 -------------------------------------------------------------------------------

上訴案第649/2023號
上訴人:A



澳門特別行政區中級法院裁判書製作人

簡要判決

上訴人A於2020年7月31日在初級法院第四刑事法庭合議庭普通訴訟程序第CR4-20-0141-PCC號卷宗內,因觸犯一項第17/2009號法律第8條第1款所規定及處罰的「不法販賣麻醉藥品及精神藥物罪罪」,被判處5年6個月實際徒刑。

判決已生效,現正在服刑,上訴人將於2025年5月27日服完全部徒刑,並且已於2023年7月27日服滿了2/3刑期。

刑事起訴法庭為此繕立了第PLC-227-20-2-A號假釋案。在此案中,尊敬的刑事起訴法官於2023年7月27日作出批示,否決了上訴人的假釋。

上訴人A不服上述決定,向本院提起上訴:
1. 本上訴針對尊敬的刑事起訴法庭法官 閣下於2023年7月27日作出且載於卷宗第71至73頁背頁之批示,該批示否決了上訴人的假釋申請。
2. 上訴人對被上訴批示表達崇敬的尊重,但不能予以認同。
3. 上訴人認為被上訴批示沒有充分考慮法律規定,尤其是上訴人犯罪程度的嚴重性,以及未有確切衡量上訴人在服刑期間的人格演變對一般預防的抵銷程度。
4. 被上訴批示毫無疑問地確認上訴人符合《刑法典》第56條第1款及a項規定的形式要件和實質要件中的特別預防的要件。
5. 然而,對於實質要件中的一般預防要件,被上訴批示指出上訴人尚未符合《刑法典》第56條第1款及b項。
6. 的確,販毒罪是嚴重犯罪,但是,上訴人在犯罪中作為交接的角色並不能與大型販毒分子行為的嚴重性相提並論,葡萄牙波爾圖法院亦有相同的見解Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, Processo: 678/14.8TXPRT-K.P1 “(…) o juízo sobre a garantia da prevenção geral, muito embora deva ter em conta a gravidade do tipo de crime, não pode deixar de assenter em factos individualizados. De outro modo o legislador teria criado um catálogo de crimes insusceptíveis de concessão de liberdade condicional ou com requisitos acrescidos. Não o fez e por isso o crime de tráfico não se distingue neste plano de qualquer outro. (…) essa censura social não é unívoca. (…) III – A gravidade do crime é elemento relevante para a concessão da liberdade condicional.”
7. 上訴人犯罪嚴重程度屬中等而非十分嚴重,考慮到入獄時年僅25歲的上訴人已服三分之二(三年八個月)的刑期以及其在獄中積極的表現,足以抵銷犯罪對社會的影響。
8. 綜合考慮到上訴人人格演變的進步、監獄獄長在建議中正面的認可,以及在審判時坦誠認罪等的因素,是有理由相信現時釋放被判刑人,是不會動搖社會大眾對於法律制度的信心,更不會對潛在的犯罪份子釋出錯誤訊息,令澳門成為毒品的集散地。
9. 反而,上訴人在獲得假釋的情況下,對於其他服刑人士,以至社會大眾面對服刑人士社會重返的期盼方面,會產生積極正面的鼓勵作用。更能達致刑罰的最終目的。(《刑法典》第40條第1款)
10. 被上訴法庭在考慮一般預防時,忽視了特別預防的重要性,也就是上訴人人格的積極演變,其能抵銷社會大眾對該罪行的消極作用。(中級法院前院長賴健雄老師的見解)
11. 上訴人在服刑期間表現良好,獲評為「信任類」及「良」的評價,上訴人在服刑期間相當重視善用服刑時間,以裝備自己融入社會,自2021年起,於聖若瑟大學就讀社會工作外展系,並於2022年取得全年英文科第一名。有關職訓活動方面,被判刑人於2021年7月起參與獄中清潔組,導師評價其待人有禮和工作態度認真。閒暇時亦曾參加多個活動,如港友支援計劃、徵文比賽、中/英文硬筆書法比賽和才藝表演班等,其人格及價值觀的正向演變以實際行動獲得證明,其表現亦獲得導師以及聖若瑟大學校長的肯定,上訴人的前便利店經理亦表示接納上訴人出獄後繼續在該店工作,可見上訴人的人格變化是受認可的。
12. 上訴人的努力及進步應當被考慮,而不是過於要求一般預防的作用。(中級法院於第314/2023號合議庭裁判)
13. 而且,法律並沒有規定觸犯何種罪行不可獲得假釋,又或觸犯嚴重罪行且未達到刑幅下限就不可獲得假釋。
14. 上訴人認為不是以服刑的長短來判斷可否抵銷服刑人曾犯罪所產生對社會的惡害,而是以上訴人於服刑期間能達致正面的演變--即上訴人服刑期間人格的積極演變程度,能抵銷社會大眾對該罪行的消極作用。(中級法院前院長賴健雄老師的見解)
15. 倘若過於著重一般要件的罪行惡性,而忽視被判刑人於服刑期間滿足特別要件規定所帶出的教育效果,會令社會大眾產生錯覺—而使人們產生“嚴重罪行不能假釋”的錯誤印象。”(中級法院於第67/2023號的合議庭裁判)
16. 宏觀而言,上訴人在獲得假釋的情況下,對於其他服刑人士,以至社會大眾面對服刑人士社會重返的期盼方面,會產生積極正面的鼓勵作用。更能達致刑罰的最終目的。(《刑法典》第40條第1款)
17. 尊敬的檢察院在第314/2023號刑事上訴案亦有相同的見解:“然而,考慮到相關案件涉及的毒品不算大,更重要的是,上述犯罪情節的嚴重性在社會大眾心中形成的負面觀感是可以透過上訴人一路以來的改過從善加以消弭的。觀乎上訴人有良好的家庭背景並得家人支持,在審判中坦誠認罪,及後長期參與培訓和各種活動,積極面對獄中生活,由始至終一直保持著良好的紀律與融洽的人際關係,相信社會大眾若瞭解其情況的話,亦會認為其已得到足夠的教訓,並樂於重新接納,提早釋放應不致危害法律秩序和社會安寧。”。
18. 尊敬的中級法院於第314/2023號合議庭裁判中亦持有相同的見解,值得一提的是,該假釋上訴案件中被判刑人犯罪的嚴重程度比上訴人高,被判處六年徒刑,但考慮到其服刑期間表現良好,被判刑人服刑四年後獲得假釋的機會:“根據判刑卷宗的已證事實,上訴人非為澳門居民,其聽從他人的指示,與同案另一被判刑人一同從香港前來本澳進行販毒活動,兩人會輪流與客人交收毒品及在交收現場把風監視,案中所搜獲淨含量合共為14.03克的毒品“可卡因”,另外,上訴人的尿液檢驗中對毒品“可卡因”呈陽性反應,其犯罪的故意程度高,守法意識薄弱。然而,上訴人在審判中坦誠認罪,而且在經過四年多的實際服刑時間,上訴人仍然表現穩定,沒有違反任何獄規,另一方面,亦沒有跡象顯示上訴人行為出現有再次出現偏差的條件,即是說上訴人近年在獄中的表現良好,人格演變有很大的進步,這可以讓合議庭相信,假若提早釋放上訴人,不會對維護法律秩序和影響社會安寧造成威脅而使公眾在心理上無法承受以及對社會秩序產生一種衝擊等負面因素。另一方面,由於罪犯在犯罪特別預防方面所表現的有利因素,因此必須在犯罪預防的兩個方面取得一個平衡點。法院不能過於要求一般預防的作用而忽視了特別預的作用,而使人們產生“嚴重罪行不能假釋”的錯誤印象。並且,這也不符合刑法所追求的刑罰的目的。我們知道,假釋並不是刑罰的終結。它的最有效的作用就是在罪犯完全被釋放之前的一個過渡期讓罪犯能夠更好地適應社會,而完全的融入這個他將再次生活的社會。這種作用往往比讓罪犯完全的服完所判刑罰更為有利。因此,合議庭認為上訴人具備了假釋的條件,其上訴理由成立,而否決假釋的決定應予以撤銷。”。
20. 綜合分析卷宗一切資料,上訴人認為已符合《刑法典》第56條第1款規定的一切假釋要件,故應獲得給予假釋的機會。
21. 根據《刑法典》第56條第2款的規定,假釋並不代表刑罰結束。上訴人更應於獲假釋的過渡期,在有條件的情況下,提前重回現實生活中,藉此努力通過考驗以證明其能奉公守法,以負責任的方式生活。
22. 綜上所述,上訴人認為被上訴批示因違反《刑法典》第56條第1款關於假釋的法律規定,而應予以撤銷。
  綜上所述,請求尊敬的中級法院各法官 閣下接納本上訴,並裁定所主張之上訴理由成立,廢止原審法庭於2023年7月27日作出且載於題述假釋卷宗第71至73頁背頁之否決上訴人假釋申請之批示,並最終裁定給予上訴人假釋。

檢察院對上訴人的上訴理由作出了答覆,建議裁定上訴人提出之上訴理由全部不能成立,並因而維持原審批示駁回上訴人假釋聲請之決定。

在本上訴審程序中,尊敬的助理檢察長閣下提交了法律意見。1

本院接受上訴人提起的上訴後,裁判書製作人在初端批示中認為上訴理由明顯不成立,故運用《刑事訴訟法典》第407條第6款b項規定的權能,對上訴作出簡要的審理和裁判。

一、事實方面
本院認為,案中的資料顯示,下列事實可資審理本上訴提供事實依據:
- 上訴人A於2020年7月31日在初級法院第四刑事法庭合議庭普通訴訟程序第CR4-20-0141-PCC號卷宗內,因觸犯一項第17/2009號法律第8條第1款所規定及處罰的「不法販賣麻醉藥品及精神藥物罪罪」,被判處5年6個月實際徒刑。
- 判決已生效,現正在服刑,上訴人將於2025年5月27日服完全部徒刑,並且已於2023年7月27日服滿了2/3刑期。
- 監獄方面於2023年5月25日向刑事起訴法庭提交了假釋案的報告書(其內容在此視為全部轉錄),其中,獄方的社工和監獄長都對上訴人的假釋提出肯定意見。
- 上訴人A同意假釋。
- 刑事起訴法庭於2023年7月27日作出的批示,否決了對A的假釋。

二、法律方面
上訴人認為已經符合假釋的條件,否決假釋的決定違反了《刑法典》第56條的規定。
上訴理由明顯不能成立。
《刑法典》第56條規定:
“一.當服刑已達三分之二且至少已滿六個月時,如符合下列要件,法院須給予被判徒刑者假釋:
a) 經考慮案件之情節、行為人以往之生活及其人格,以及於執行徒刑期間在人格方面之演變情況,期待被判刑者一旦獲釋,將能以對社會負責之方式生活而不再犯罪屬有依據者;及
b) 釋放被判刑者顯示不影響維護法律秩序及社會安寧。
二.假釋之期間相等於徒刑之剩餘未服時間,但絕對不得超逾五年。
三.實行假釋須經被判刑者同意。”
從這個規定看,是否批准假釋,除了要符合形式上的條件(服刑已達三分之二且至少已滿六個月)以外,集中在要符合特別及一般犯罪預防的綜合要求的實質條件上。
在特別的預防方面,要求法院綜合罪犯在服刑過程中的表現,包括個人人格的重新塑造,服刑中所表現出來的良好的行為等因素而歸納出罪犯能夠重返社會、不會再次犯罪的結論。
而在一般預防方面,則是集中在維護社會法律秩序的要求上,即是,綜合所有的因素可以讓我們得出罪犯一旦提前出獄不會給社會帶來心理上的衝擊,正如Figueiredo Dias教授的觀點,“即使是在對被判刑者能否重新納入社會有了初步的肯定判斷的情況下,也應對被判刑者的提前釋放對社會安定帶來嚴重影響並損害公眾對被觸犯的法律條文的效力所持有的期望的可能性加以衡量和考慮,從而決定是否應該給予假釋”;以及所提出的,“可以說釋放被判刑者是否對維護法律秩序及社會安寧方面造成影響是決定是否給予假釋所要考慮的最後因素,是從整個社會的角度對假釋提出的一個前提要求。”2
在獄中,上訴人空閒時參加多個活動,如港友支援計劃、徵文比賽及中文硬筆書法比賽等。上訴人已高中畢業,故沒有參與獄中小學和中學回歸課程,但於2021年起至今就讀聖若瑟大學社會工作外展系,2022年取得全年英文科第一名。於2021年7月起參與清潔組的職訓。上訴人在獄中沒有違規行為,被列為“信任類”,其行為總評價為“良”,獄方的社工和監獄長都對上訴人的假釋提出了肯定的意見。
雖然,就上訴人在服刑期間的表現令監獄各方對其行為表現表示滿意這一點上看,可以認為已經顯示上訴人在犯罪的特別預防方面有利的因素,但是,正如我們一直認為的,囚犯犯罪後的表現,尤其是在服刑期間在主觀意識方面的演變情況顯示出有利的徵兆,亦不是當然地等同於假釋出獄後不會對社會安寧及法律秩序造成危害。這不單取決於其本人的主觀因素,而更重要的是考慮這類罪犯的假釋所引起的消極社會效果,假釋決定使公眾在心理上無法承受以及對社會秩序產生一種衝擊等負面因素。
另一方面,也正如我們一直強調的,在考慮囚犯的假釋問題上,必須在犯罪預防的兩個方面取得一個平衡點,一方面,假釋並不是刑罰的終結,它的最有效作用是在罪犯完全被釋放之前的一個過渡期讓罪犯能夠更好地適應社會,而完全的融入這個再次生活的社會;另一方面,法院不能過於要求一般預防的作用而忽視了特別預防的作用以至於人們產生某些罪行難以假釋的錯誤印象。
在本案中,上訴人非為澳門居民,以旅客身份來澳門從事與販毒這個侵犯人類健康最嚴重的罪行,從其犯罪的嚴重性以及其行為的“反社會”性來看,對此類行為在足以使公眾的心理承受能力能夠接受對此類犯罪之前,上訴人在短短的三年多的獄中服刑期間,沒有更出色的表現以消磨其行為給澳門這個以旅遊博彩業為主要產業的社區的市民以及遊客所帶來的影響,提前釋放確實是對社會、法律秩序帶來另外一次嚴重的衝擊,單就犯罪的一般預防的因素,也已經決定了上訴人還不具備假釋的條件,法院還不能作出假釋的決定。
駁回上訴。

三、決定
綜上所述,中級法院裁判書製作人裁定上訴人的上訴理由明顯不成立,予以駁回。
上訴人需支付本案訴訟費用,並且支付3個計算單位的司法費。上訴人還要支付《刑事訴訟法典》第410條第3款所規定的相同計算單位的懲罰性金額。
確定上訴人的委任辯護人的費用為1500澳門元,由上訴人支付。
澳門特別行政區,2023年9月21日


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蔡武彬 (裁判書製作人)
1 其葡文內容如下:
  Inconformado com a decisão do indeferimento da concessão da liberdade condicional, exarado pela Mttm. J.I.C., datado de 22/03/2022, o recluso A vem recorrer para o Tribunal da 2°. Instância, invocando a violação do art.º 56 do C.P.M..
  Entendemos que, não deve ser reconhecida razão ao recorrente A, por não se vislumbrar violação da norma ora invocada.
  Entendemos que, em conformidade da douta resposta à motivação do Digno Magistrado do M.P., não deve ser reconhecido razão ao recorrente A, por não estarem preenchidos os pressupostos da aplicação da liberdade condicional.
  Por força do art.º 56 n.º 1 do C.P.M., a concessão da liberdade condicional depende da coexistência do pressuposto formal e do pressuposto material.
  É considerado como pressuposto formal da concessão da liberdade condicional, que o condenado tenha já cumprido dois terços da pena de prisão e no mínimo de seis meses. Já o pressuposto material abarca a ponderação global da situação do condenado à vista da necessidade da prevenção geral e prevenção especial, sendo a pena de prisão objecto de aplicação da liberdade condicional quando resultar um juízo de prognose favorável ao condenado em termos da aceitável reintegração do agente na sociedade e da defesa da ordem jurídica e da paz social.
  Neste sentido, a aplicação da liberdade condicional nunca é feita pela lei com o carácter automático, ou seja, não é obrigatório aplicá-la mesmo estando preenchido o pressuposto formal, tendo de mostrar-se satisfeito o pressuposto material.
  Permitimo-nos mencionar desde já a condição da concessão de liberdade condicional interpretada pelo ilustre Tribunal Colectivo do T.S.I., encontrando-se recentemente no Proc. n.º 213/2013, de 25/04/2013:
  “A liberdade condicional é de conceder caso a caso, dependendo da análise da personalidade do recluso e de um juízo de prognose fortemente indiciador de que o mesmo vai reinserir-se na sociedade e ter uma vida em sintonia com as regras de convivência normal, devendo também constituir matéria de ponderação, a defesa da ordem jurídica e da paz social.”
  Em relação de juízo de prognose favorável, o Prof. Jorge de Figueiredo Dias ensinou-nos assim:
  “… se ainda aqui deve exigir-se uma certa medida de probabilidade de, no caso da libertação imediata do condenado, estes conduzir a sua vida em liberdade de modo socialmente responsável. Sem cometer crimes, essa medida deve ser a suficiente para emprestar fundamento razoável à expectativa de que o risco da libertação já possa ser comunitariamente suportado.” (Direito Penal Português - As consequências Jurídicas do Crime, 2ª. Reimpressão, Jorge de Figueiredo Dias, §850).
  Além do juízo de prognose favorável, o Prof. não deixou de afirmar a obrigação de respeitar exigências de prevenção geral positiva, pois pode “…… o reingresso do condenado no seu meio perturbar gravemente a paz social e pôr assim em causa as expectativas comunitárias na validade da norma violada. Por outro lado, da aceitação do reingresso pela comunidade jurídica dependerá, justamente, a suportabilidade comunitária da assunção do risco da libertação que, como dissemos, é o critério que deve dar a medida exigida de probabilidade de comportamento futuro sem reincidência.” (Direito Penal Português - As consequências Jurídicas do Crime, Jorge de Figueiredo, §852).
  In casu, formulou um parecer o Sr. Director do Estabelecimento prisional de prognose social favorável ao recorrente. No entanto, parecer este não é concordado pelo Tribunal recorrido, “atendendo essencialmente a razões de prevenção geral, ofendo ao elevado dolo social ínsito a este tipo de criminalidade, não se nos afigura possível fazer um juízo de prognose favorável à libertação antecipada do recluso, parecendo-nos que a mesma se revela incompatível com a defesa da ordem jurídica e da paz social.” (cfr. fls. 47v. e 48).
  Entendemos que muito bem é a douta decisão recorrida, nos termos da prevenção, tendo em conta o tipo e a natureza do crime de tráfico de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, cuja gravidade é de conhecimento de todos, bem como a maneira pela qual o recorrente optou para praticar o tal crime, cremos que são fortes as exigências de prevenção geral.
  Pois a natureza e gravidade dos actos criminais cometidos são sempre partes dos elementos de consideração de que o Tribunal tem de curar, quer na fase de julgamento, quer na decisão da aplicação da liberdade condicional.
  Em referência à natureza e à gravidade da consequência jurídica do crime de tráfico de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, como é do conhecimento geral, a criminalidade relacionada com este tipo de actividade ilícitas tem criado muitos e sérios problemas sociais, relevando exigências de prevenção geral que se constituem como prejuízo e riscos para a saúde pública e a perturbação da tranquilidade social.
  No caso sub judice, tendo em consideração a realidade social de Macau e a rigorosa exigência da prevenção geral quanto ao tipo de crime praticado pelo recorrente, bem como a influência negativa que a liberdade antecipada do recorrente virá trazer para a comunidade, nomeadamente, o prejuízo da expectativa da eficiência das leis, temos de afirmar que a concessão da liberdade condicional seria, muito provavelmente, incompatível com a ordem jurídica e a paz social, nos termos do disposto n.º 56 n.º 1 do C.P.M..
  Pelo exposto, concordando como a douta decisão recorrida, não conseguimos chegar a um juízo de prognose favorável ao recorrente para lhe conceder a liberdade condicional, por não vermos que as condições em que o recorrente se encontra encontrem eco no disposto n.º art.º 56 n.º 1 do C.P.M..
  Concluindo, entendemos que deve ser rejeitado o recurso interposto por ser improcedente.
2 In Direito Penal Português, Ao Consequências Jurídicas do Crime, 1993, pp. 538-541.
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TSI-649/2023 P.9