Acórdãos

Tribunal de Segunda Instância

    • Data da Decisão Número Espécie Texto integral
    • 23/07/2020 650/2020 Recurso em processo penal
    • Assunto

      – detenção indevida de utensílio
      – detenção de dispositivo de vidro para consumo de droga
      – tráfico ilícito de estupefaciente
      – detenção de arma proibida
      – medida da pena
      – confissão parcial dos factos

      Sumário

      1. Como o dispositivo de vidro detido pelo arguido recorrente para consumo de droga não foi objecto de uso corrente na vida quotidiana das pessoas, deve ser mantida a condenação dele pela prática de um crime de detenção indevida de utensílio.
      2. A confissão parcial dos factos não releva muito para a redução da pena do recorrente, atentas as prementes necessidades da prevenção geral dos crimes de tráfico ilícito de estupefacientes e de detenção da arma proibida por que vinha inclusivamente condenado em primeira instância.

       
      • Votação : Unanimidade
      • Relator : Dr. Chan Kuong Seng
      • Juizes adjuntos : Dra. Tam Hio Wa
      •   Dra. Chao Im Peng
    • Data da Decisão Número Espécie Texto integral
    • 23/07/2020 247/2020 Recurso em processo civil e laboral
    • Assunto

      - Especiais relações entre o vendedor e sócio ou gerente da sociedade compradora
      - Impugnação da matéria de facto

      Sumário

      - Estando demonstrado que a vendedora era sócia maioritária e gerente da sociedade compradora representada no negócio pelo filho daquela, bem se andou ao concluir que a sociedade apenas serve ao desígnio de querer criar a aparência de um negócio com um suposto terceiro de boa-fé – a dita sociedade – que na prática é um mero instrumento daquela.
      - Para que a decisão da 1ª instância seja alterada, haverá que averiguar se algo de “anormal”, se passou na formação dessa apontada “convicção”, ou seja, ter-se-á que demonstrar que na formação da convicção do julgador de 1ª instância, retratada nas respostas que se deram aos factos, foram violadas regras que lhe deviam ter estado subjacentes, nomeadamente face às regras da experiência, da ciência e da lógica, da sua conformidade com os meios probatórios produzidos, ou com outros factos que deu como assentes.

       
      • Votação : Unanimidade
      • Relator : Dr. Rui Carlos dos Santos P. Ribeiro
      • Juizes adjuntos : Dr. Lai Kin Hong
      •   Dr. Fong Man Chong
    • Data da Decisão Número Espécie Texto integral
    • 23/07/2020 297/2020 Recurso em processo civil e laboral
    • Assunto

      - Competência do Tribunal em sede de execução.
      - Atribuição da competência a tribunal de outra jurisdição para a resolução do litígio.

      Sumário

      - Constando do título executivo que a execução de qualquer sentença pelo credor contra o devedor poderá ser intentada em tribunal de qualquer jurisdição é de concluir que não foi afastada a competência dos tribunais de Macau para a execução.
      - Beneficiando o credor de título executivo bastante para exigir a cobrança coerciva do seu crédito nos tribunais de Macau, pode instaurar execução para o efeito sem necessidade de obter sentença da jurisdição estrangeira a que se atribuiu competência para a resolução dos litígios.

       
      • Votação : Unanimidade
      • Relator : Dr. Rui Carlos dos Santos P. Ribeiro
      • Juizes adjuntos : Dr. Lai Kin Hong
      •   Dr. Fong Man Chong
    • Data da Decisão Número Espécie Texto integral
    • 23/07/2020 1158/2018 Recurso de decisões jurisdicionais em matéria administrativa, fiscal e aduaneira
    • Assunto

      Contrato administrativo de empreitada de obras públicas
      Actos opinativos proprio sensu
      Actos opinativos a que se refere o artº 173º do CPA
      Tripla definitividade de actos administrativos
      Acção sobre interpretação, validade ou execução do contrato de empreitada de obras públicas
      Prazo da caducidade da acção
      Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes
      Princípio da substanciação
      Adequação da forma processual

      Sumário


      1. Não sendo actos administrativos propriamente ditos, os actos opinativos proprio sensu têm como destinatários terceiros que estão (ou pretendem estar) em relação jurídica com a Administração, ou os próprios serviços desta, e não visam preparar ou auxiliar qualquer decisão administrativa, mas apenas dar conta do entendimento que a Administração tem a propósito de determinada questão.

      2. Os actos opinativos a que se refere o artº 173º do CPA são algo diferentes e correspondem a declarações unilaterais de vontade jurídica da Administração, muito embora, por serem proferidas no seio de relações contratuais (em matéria de sua interpretação e validade, e for a, portanto, dos casos em que, mesmo aí, é dado à Administração praticar actos administrativos), não vinculam a contraparte – senão mediante prévia confirmação judicial – traduzindo-se assim (em sentido impróprio) em opiniões do contraente público sobre os direitos ou deveres que entende constituem o conteúdo da respectiva relação contratual.

      3. No que respeita aos poderes da Administração na execução de um contrato administrativo, esta – por um lado, esta não goza do poder de interpretar unilateralmente o conteúdo do contrato: “Os actos administrativos que interpretem cláusulas contratuais ou que se pronunciem sobre a respectiva validade” são considerados “não definitivos e executórios (actos meramente “opinativos”), “pelo que na falta de acordo do co-contratante a Administração só pode obter os efeitos pretendidos através de acção a propor ao tribunal competente” (tudo de acordo com o artigo 173º); – por outro, ela não tem, como vimos, já o poder de obter a execução forçada das prestações em falta (artigo 174º).

      4. Os actos opinativos, a que se refere o artº 173º/1 do CPA não têm de percorrer toda a tramitação de um do procedimento administrativo típico que culmina com a produção de actos administrativos proprio sensu e não estão portanto sujeitos às suas regras procedimentais, nem, por conseguinte, à sindicância por via de recurso contencioso de legalidade que tem por objecto actos administrativos proprio sensu.

      5. Por força do princípio da substanciação consagrado no nosso processo civil, ao autor cabe articular os factos de onde deriva a sua pretensão ou do direito cuja tutela jurisdicional se busca.

      6. Não obstante o Juiz não estar sujeito às alegações das partes no tocante à indagação, interpretação e aplicação das regras de direito (artº 567º do CPC) e ser legalmente viável o enquadramento jurídico dos factos articulados pelo autor de forma diversa do que este fez, o Tribunal fica limitado à qualificação jurídica dos factos articulados pelo autor e vedado a substituir-se ao autor no suprimento da materialidade fáctica essencial em falta mas necessária à satisfação do direito ou da pretensão que o autor pretende fazer valer mediante a instauração da acção.

      7. O enriquecimento à custa de outrem consiste numa deslocação patrimonial de uma esfera jurídica para outra com empobrecimento daquele outrem. Enriquecer à custa de outrem é ver a sua esfera jurídica patrimonial aumentada por força de uma diminuição da esfera jurídica de outrem.

       
      • Votação : Unanimidade
      • Relator : Dr. Lai Kin Hong
      • Juizes adjuntos : Dr. Fong Man Chong
      •   Dr. Ho Wai Neng
    • Data da Decisão Número Espécie Texto integral
    • 23/07/2020 1204/2019-I Recurso em processo penal
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      • Votação : Unanimidade
      • Relator : Dr. Choi Mou Pan
      • Juizes adjuntos : Dr. Chan Kuong Seng
      •   Dra. Tam Hio Wa